O Regresso, Bernhard Schlink (Edições Asa)

    Gosto de Schlink por trazer para as páginas dos seus livros questões do direito, o que não é muito comum. Neste caso não acompanhamos julgamentos mas a vida de um jovem pós 2ª Guerra Mundial que vive com a mãe e que passa as férias com os avós paternos. É com os avós que contacta com uma forma de romance comum na época, com relatos de regressos a casa, em regra, de soldados. Na infância leu um destes romances incompletos (pois os avós davam-lhe as provas para usar como folhas de rascunho) e em adulto, por coincidência, encontra mais algumas páginas desse mesmo romance. Inicia então uma busca pelos protagonistas desse romance que o conduz à procura e descoberta do pai. Tudo isto o obriga a uma viagem interior, ao confronto com a realidade que a mãe lhe criara e, porventura, à descoberta que muitas vezes sabermos a verdade não nos redime ou ajuda sequer....
    Todo este percurso é acompanhado por uma história de amor pouco convencional, que se inicia através das suas pesquisas e se desenvolve em viagens de fim-de-semana à procura de móveis, pela separação e pelo encontro quase final. E ainda pela história de amor pelo filho da sua ex-companheira que o leva a compreender que o amor pode ter várias formas e que muitas vezes o importante é não estarmos sózinhos, quando chegamos a casa ao fim do dia.

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