A varanda do Frangipani, Mia Couto (Editorial Caminho)

    Frangipani é, de acordo com o glossário que encerra o livro, uma árvore tropical que perde toda a folhagem no período da floração. É por esta razão que o português Domingos Mourão, chamado também de Xidimingo, gosta tanto desta árvore: "É que aqui, na vossa terra, não há outras árvores que fiquem sem folhas. Só esta fica despida, faz conta está para chegar um Inverno. Quando vim para África, deixei de sentir o Outono. Era como se o tempo não andasse, como se fosse sempre a mesma estação. Só o frangipani me devolvia esse sentimento do passar do tempo".
    A história é narrada por um morto destinado a ser transformado em herói nacional de Moçambique após a independência. Para evitar esta situação, que não deseja, e a conselho do pangolim, tem de remorrer de novo e para isso vai ocupar o corpo de um polícia que se dirige ao lar de idosos, para investigar a morte do administrador, e que está condenado a morrer em 6 dias. É nesse corpo que vai acompanhando a investigação e ouvindo as confissões dos habitantes do lar que antes de confessarem o crime e as suas responsabilidades, contam as suas vidas, desfilando nestas estórias a história dos últimos anos de Moçambique e trazendo à tona algum desencanto e o fim da utopia.

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