Os Jardins de Luz, Amin Maalouf (Difel)

    Mais uma férias na Serra, Tomar, entre o rio e as árvores. Mais uma vez sem coragem para iniciar a leitura de À procura do tempo perdido, vagueio entre leituras antigas e, nalguns casos, interrompidas.
    Foi o caso deste livro, Os Jardins de Luz, de Amin Maalouf, um dos meus autores favoritos. As páginas um pouco amareladas, ostentam a etiqueta dourada de uma livraria de Paço de Arcos já encerrada.
    De acordo com a contracapa, este livro conta a história de Mani, um personagem esquecido, mas cujo nome esteve na origem de um conjunto de expressões como "maniqueu" e "maniqueísta". A acção desenrola-se no século III da nossa era e maioritariamente no Império Sassânida, de cuja existência e história eu nada sabia.
    Mani, pregador de uma visão ecumenista e humanista, foi seguido por alguns e perseguido por muitos. Foi protegido por Sapor, Imperador dos Sassânidos, caindo em desgraça por não ter vaticinado a sua vitória sobre os romanos. Sapor explicava a ligação entre ambos dizendo que "Quando estamos sentados neste trono, entre os milhares de olhares que interceptamos ou que se furtam, há sempre um no qual nos redescobrimos mortais. Para mim, esse olhar é o teu."
    Após a morte de Sapor sucede-lhe, por sua escolha, o único filho que admirava e protegia Mani mas que é assassinado no acto da coroação. Sucede-lhe então o irmão que sujeita Mani ao suplício dos ferros até à morte, mas que o procura entretanto, procurando explicação para o facto de o céu falar com ele e não com os poderosos e indagando o que teria Mani dito a seu pai e irmão.
    Mani responde que "Eles ouviram da minha boca as verdades que estavam dentro de si. Nunca escutamos senão a nossa própria voz".
    Quando acabei a leitura tive pena de o livro incidir mais sobre a história do império do que sobre Mani (e ficamos sem saber porque Mani deu origem a todas aquelas expressões...)

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