Em busca do tempo perdido - Do lado de Swann, Marcel Proust (Relógio d'Agua) e Um passo em frente, Colleen Mc Cullough (Difel)


    Foi uma decisão de ano novo: 2012 seria o ano em que leria os sete volumes de Marcel Proust. Nada como começar logo em Janeiro. E foi o que fiz, comecei a ler Do lado de Swann. E lá estavam a madalena molhada no chá, o beijo da mãe antes de adormecer, a descrição das tias e tias avós, os cheiros...Tudo descrito minuciosamente, tão minuciosamente como uma renda de bilros. Cada frase evoca sentimentos e os cinco sentidos do autor e do leitor:
    "Mas de há pouco tempo para cá recomeço, se lhes dou ouvidos, a distinguir muito bem os soluços que tive forças para conter diante do meu pai e que só estalaram quando tornei a ficar a sós com a minha mãe. Na realidade, esses soluços nunca cessaram; e só porque a vida está agora mais calada à minha volta é que os ouço outra vez, como os sinos de conventos que são tão bem cobertos pelos ruídos da cidade durante o dia que parecem ter parado, mas que recomeçam a tocar no silêncio da noite".
    Mas a meio do livro tive que parar. O pormenor, a escrita rendada não são compatíveis com as leituras interrompidas e divididas entre o comboio e o final do dia. Talvez retome a leitura ainda este ano....



   
  
   De seguida e quase sem parar, li Um passo à frente. Colleen Mc Cullough é uma boa escritora que me deslumbrou com Pássaros feridos e Tim. Agora na veste de uma escritora policial, surpreendeu-me pelo argumento, pela complexidade das personagens e pelos crimes descritos. Sempre me surpreendeu a capacidade das escritoras que nos sorriem das contracapas, com cabelos grisalhos e ar de avós dedicadas terem capacidade de imaginar crimes horrendos quase sempre perpetrados contra jovens. Impossível parar depois de começar.

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