Extremamente alto e incrivelmente perto, Jonathan Safran Foer (Quetzal Editores)

    Li há uns anos este livro, que, segundo me lembro, também me foi recomendado pela Nélia.
    Quando saiu o filme fiquei sobretudo curiosa: como seria possível transformar este livro num filme? Receei que o realizador utilizasse os elementos óbvios da narrativa, numa forma demasiado linear: a morte do pai no 11 de Setembro, o isolamento do filho, a dificuldade de comunicação entre mãe e filho...
   Mas o filme é um deslumbramento, respeita a narrativa mas recria-a e reconta-a através da magia da imagem. Tenho pena de ter perdido o filme num grande écran e no silêncio de uma sala de cinema (ainda há algumas salas silenciosas, sem pipocas...) mas mesmo no écran reduzido do televisor é um deslumbramento. A procura da fechadura onde caberá a chave que Oskar pensa que o pai lhe deixou, leva-nos numa viagem pelas pessoas e pelas ruas de Nova Iorque ao encontro da familia que lhe resta.

Fica aqui o trailer:



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Comentários

  1. Não há palavras para descrever este livro. É um livro maravilhosamente escrito, que se lê de um só fôlego. Três personagens diferentes contam a sua história, que é a mesma, nas suas linguagens própria: Oskar, a avó e o avô que se foi embora. É um livro que nos toca porque é genuíno, sabe a genuíno. Parece falar diretamente ao nosso coração, aos nossos sentimentos, à nossa empatia. E é também um livro cheio de mágoa, à qual não conseguimos ficar indiferente. Ri e chorei ao lê-lo.

    Oskar tem nove anos e é um rapaz especial; percebemos que se passa alguma coisa no mundo dele, mas não o quê, exatamente. O pai de Oskar, Thomas, foi uma das vítimas do 11 de setembro e o filho está completamente perdido e em sofrimento constante por não ter ao seu lado aquele com quem tinha a mais profunda relação.

    «Adorava ter um pai que era mais esperto do que The New York Times e adorava sentir na cara os pêlos do peito dele através da T-shirt e o perfume agradável da loção para depois da barba a que cheirava sempre, mesmo ao fim do dia. Estar com ele acalmava-me o cérebro. Não precisava de inventar nada.»

    A mãe de Oskar tenta entrar no mundo do filho, mas não consegue. A avó, a segunda pessoa mais importante para ele, mora no prédio da frente. O avô desapareceu antes do pai nascer.

    Um ano depois da morte do pai, Oskar encontra uma chave, dentro de um envelope com o nome "Black", numa jarra que estava em cima de uma prateleira do quarto de vestir. Intrigado e convencido que descobrir a fechadura que a chava abre, permitirá que ele fique mais próximo do pai, Oskar percorre tantos Blacks quanto consegue, por ordem alfabética. Simultaneamente, vamos conhecendo as histórias dos avós de Oskar, através de cartas que o avô escreve ao filho que nunca conheceu, e que nunca chega a enviar, e da carta que a avó escreve ao neto para que ele nunca se esqueça que ela o ama.

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