Um Homem do Avesso, Fred Vargas (Pergaminho)

    Confesso que foi o nome do autor que me atraiu, a partilha do apelido. Não foi a primeira vez que pensei comprar um livro de Fred Vargas, mas por uma ou outra razão, só agora o fiz, para descobrir que se trata de um pseudónimo ( o nome da coleção "Damas do Crime" devia ter-me chamado a atenção...) de uma conhecida arqueóloga (imagino-a de cabelos brancos e a inventar mortes horríveis enquanto bebe chá tranquilamente, com a família ou as amigas).
    O ambiente em que se desenrola este romance policial é fora do habitual, os Alpes franceses, e os protagonistas são todos peculiares: Camille compõe músicas para filmes e telenovelas, trabalho que acumula com o de canalizadora. Para descontrair, lê catálogos de ferramentas profissionai; Soliman, preto, abandonado em bébé e adoptado por Suzanne (uma das primeiras vítimas) cruza a sua vivência francesa com os antepassados africanos, inventando histórias do início do mundo e recitando o significado das palavras, de acordo com o dicionário. Veilleux, o velho pastor que os acompanha na sua peregrinação à procura do lobisomem, telefona todos os dias para a quinta e fala com as ovelhas porque estas sentem a sua falta.
    A este grupo junta-se Lawrence, canadiano, estudioso dos lobos e apaixonado por Camille e Adamsberg, polícia, igualmente apaixonado por Camille.
    Estas personagens bizarras, a viajar num camião, por estradas secundárias francesas, à procura de um lobisomem, podia ter gerado um romance policial fantástico, mas, penso que não funcionou.
    Os eventos vão-se somando e a descoberta do criminoso é quase óbvia, não gerando qualquer suspeição ou expetativa.
    A tradução e/ou a revisão são péssimas...

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