The Remains of the Day, Kazuo Ishiguro (Vintage International)

Imagem da capa do livro de Kazuo Ishiguro, The Remains of the day (ou Os Despojos do Dia, editado pela Gradiva), em recensão no blogue Clube de Leituras    Lido na sua versão original (título em português: Os Despojos do Dia), este romance do autor de Nunca me Deixes foi uma desilusão. Continua maravilhosamente escrito e segue um estilo de narrativa semelhante ao do livro que mais me tocou nos últimos anos, ou seja, é um discorrer de memórias que nos vai permitindo juntar as peças do puzzle a partir de alguns episódios específicos do passado. No entanto, não me cativou nem despertou a vontade constante de saber o que ia acontecer a seguir.
    Talvez em parte esta desconexão se deva a alguma imaturidade minha e um certo desconhecimento da História, que me impede de a associar aos eventos descritos. Assumo que assim possa ser. Independentemente  do motivo, a verdade é que não me interessou - e honestamente não consegui encontrar a estória...
    O narrador, Stevens, é o antigo mordomo da propriedade de Lorde Darlington, Darlington Hall, atualmente pertencente a um americano, Mr. Faraday. Lorde Darlington terá sido um nobre que providenciou várias reuniões com altos cargos ingleses, alemães, franceses, americanos, na sequência  do Tratado de Versalhes, por considerar injusta e desumana a situação alemã no seguimento desse Tratado. Como consequência, para desgosto do seu leal mordomo, ficou conhecido como traidor por ter contribuído para os eventos que culminaram na Segunda Guerra Mundial. Não sei quantas das personagens mencionadas exisiram de facto, mas sei que não são todas produto da ficção. 
    Vamo-nos apercebendo da sequência de eventos através das cogitações de Stevens sobre o verdadeiro papel e estatuto dos mordomos quando, anos após a morte de Lorde Darlington, se faz à estrada para se encontrar com a antiga governanta, Miss Kenton, a fim de tentar reforçar o pessoal em falta na propriedade.
    «I've tried and tried, but whatever I do I find I am far from reaching the standards I once set myself. More and more errors are appearing in my work. Quite trivial in themselves - at least so far. But they're of the sort I would never have made before, and I know what they signify. Goodness knows, I've tried and tried, but it's no use. I've given what I had to give. I gave it all to Lord Darlington.»

    (Tentei e tentei, mas o que quer que eu faça estou longe de alcançar os padrões que me impus. Erros e mais erros surgem no meu trabalho. Bastante insignificantes, em si - pelo menos até agora. Mas são do tipo que nunca cometeria antes, e eu sei o que significam. Deus sabe que tentei e tentei, mas não chega. Dei o que tinha para dar. Dei tudo a Lorde Darlington.)


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