A filha do conspirador, Philippa Gregory (Civilização Editora)

    Já li alguns livros da Philippa Gregory e mantenho - ou vou confirmando, em cada um - a minha opinião geral: os seus pontos fortes, para mim, são a escrita simples, na primeira pessoa e sempre na perspetiva de uma mulher, levando a que seja uma leitura leve e que agarra, ao mesmo tempo que nos transporta para os séculos remotos da corte inglesa, entre os períodos da Guerra dos Primo e, mais tarde, dos Tudor. Além disso, como cada livro se centra principalmente numa mulher em particular, interveniente nesse período, temos geralmente pontos de vista contrastantes, o que se torna muito interessante.
    No entanto, também torna a leitura cansativa, se decidirmos ler alguns livros de seguida, porque parece que há muita repetição de informação - e esse é um dos seus pontos fracos. O outro é que, se a escrita é simples e acessível, não é particularmente brilhante. Não a considero uma grande escritora.
    Já tinha este livro havia alguns anos, desde a altura, desde a altura em que li "A Senhora dos Rios". Mas, precisamente por causa da repetição entre livros, estava saturada, e a sua leitura foi sendo adiada.
    Agora que fui a Londres pela primeira vez e visitei a famosa Torre, fiquei cheia de vontade de retomar estes romances históricos que sempre adorei.
    Esta é a versão dos factos de Ana Neville, a filha do conde Warwick, conhecido como o Fazedor de Reis, Warwick queria ser o homem por trás do trono de Inglaterra e, para tal, foi mudando várias vezes de facção durante as guerras entre primos, chegando a recorrer às suas duas filhas - Isabel e Ana - para atingir os seus fins.

    O que move o nosso pai é o desejo de ver o seu reino ser governado por um bom rei, aconselhado por nós; esse rei deveria ser Jorge. (....) Enquanto sua filha sei que a minha vida será moldada por essa luta incessante para nos colocar no lugar que deveríamos estar a ocupar - o de primeiro poder por trás do trono (...); a nossa herança é governarmos a Inglaterra.

    Ana veio a ser rainha de Inglaterra, na sequência do seu segundo casamento, com Ricardo, o irmão mais novo de Eduardo IV e tio dos príncipes da Torre (e seu pretenso assassino), já muito depois da morte do pai.

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