Há muitos anos atrás (20,25?) o Diário de Lisboa publicou várias pequenas histórias do Mário Castrim, sob o título comum "Lisboa, Verbo amar". Recortei-as e guardei-as - pelo menos uma parte delas -. A mestria da escrita, concisa, exacta e, simultaneamente, emotiva, surpreendia e contrastava com o restante conteúdo do jornal. Imaginá-las nas nossas ruas dava-lhes outro encanto. Para quem não as leu, para quem as leu e já esqueceu e também para quem leu e tem saudades de reler, aqui vai uma: Tinha de fazer as pazes com a Gisela.Uma estupidez, tudo aquilo. Como é que ele pudera...Era forçoso pedir-lhe desculpa, as últimas palavras dela ocupam-lhe a memória toda:"Estou na pensão até às oito. Espero um telefonema. Senão, vou-me embora. E não te quero ver mais." Faltava um quarto de hora. Procuro uma cabina. Aquela ao pé da estátua do Camilo Castelo Branco. Ocupada. Espero. Coitado do Camilo, o capote pelos ombros, para não encarecer a mão-de-obra. Passara