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A mostrar mensagens de maio, 2010

Basta-me viver, Carlos Vale Ferraz (Casa das letras)

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    Carlos Vale Ferraz é apresentado na capa como Autor de «Fala-me de África» (que tenho de ler) mas para mim será sempre o Autor de «Nó Cego». Este último livro, editado muito recentemente, tem como subtítulo "A história do órfão da foz dos rios" e é dedicado às Mães. Esta é uma história de amor absoluto de duas mães pelos seus filhos, mas é também uma história sobre o dever. Dos sacrifícios em nome do amor e das contradições do dever.    O livro inicia-se com a morte dos dois avôs, Augusto Torres e Baltazar Gonzaga, respectivamente, avô paterno e materno do narrador. Augusto Torres era um homem do regime, salazarista, deputado da UN e ligado à legião. Baltazar Gonzaga era um homem central na luta contra o colonialismo e pela independência de Angola. Distantes nos princípios e objectivos, próximos na forma como se relacionavam com os outros e como os seus ideais se sobrepunham a tudo.     Toda a história se desenrola na conversa entre o órfão e o tio, Ernesto Gonza

10 Paixões em forma de romance - Universidade de Coimbra

Obras de Eça de Queirós , José Saramago , Machado de Assis e Mia Couto foram escolhidas para integrar os dez romances mais representativos da literatura de língua portuguesa pelo júri de um concurso da Imprensa da Universidade de Coimbra. O júri do concurso “10 Paixões em Forma de Romance”, selecionou “ Os Maias ” de Eça de Queirós, “ Memorial do Convento ”, de José Saramago, “ Dom Casmurro ”, de Machado Assis, e “ Terra Sonâmbula ”, de Mia Couto. Entre os “10 Mais” escolhidos pelo júri, que integrou os escritores José Luís Peixoto e João Tordo e vários docentes da Faculdade de Letras (FLUC), figuram ainda “ Amor de Perdição ”, de Camilo Castelo-Branco, “ Aparição ”, de Vergílio Ferreira, “ O Delfim ”, de José Cardoso Pires, “ Esteiros ”, de Soeiro Pereira Gomes, “ A Sibila ”, de Agustina Bessa-Luís, e “ Sinais de Fogo ”, de Jorge de Sena. Estes dez romances foram eleitos como os mais representativos da literatura de língua portuguesa de entre as 30 obras que tinham sido anteriorm

Eleitos e escolhidos, Mário Castrim

    Mais uma crónica do Mário Castrim, publicada no Diário de Lisboa, sob o título Lisboa, verbo amar:     Aquele meu amigo disse que por acaso conhecia uma história de amor passada em Lisboa.     E vai, contou. "Era uma vez eu. Andava aí pelos quarenta anos. Tinha exactamente quarenta e dois, para ser exacto em tudo. "Nesse tempo, já eu fazia a inspecção das sucursais. Vinha de regresso a Lisboa, de comboio, em primeira classe. Saía do bolso à companhia, entendes... "No compartimento viajava apenas uma senhora. Desculpa não te dizer como era ela. Dir-te-ei que era doce, calma, tranquilizante como um Valium 10. Perguntei: "Posso fumar?" "Pois como não"respondeu. Palavras que me chegaram ao coração como um foguete de três respostas de mel. "Duas pessoas só, acabam por não suportar o silêncio. Os trópicos estoiram.O que duas almas podem conversar, rapaz!Antes do dilúvio, quando rebentaram as comportas do céu devia ser assim. "Sabíamos