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A mostrar mensagens de setembro, 2010

A varanda do Frangipani, Mia Couto (Editorial Caminho)

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    Frangipani é, de acordo com o glossário que encerra o livro, uma árvore tropical que perde toda a folhagem no período da floração. É por esta razão que o português Domingos Mourão, chamado também de Xidimingo, gosta tanto desta árvore: "É que aqui, na vossa terra, não há outras árvores que fiquem sem folhas. Só esta fica despida, faz conta está para chegar um Inverno. Quando vim para África, deixei de sentir o Outono. Era como se o tempo não andasse, como se fosse sempre a mesma estação. Só o frangipani me devolvia esse sentimento do passar do tempo".     A história é narrada por um morto destinado a ser transformado em herói nacional de Moçambique após a independência. Para evitar esta situação, que não deseja, e a conselho do pangolim, tem de remorrer de novo e para isso vai ocupar o corpo de um polícia que se dirige ao lar de idosos, para investigar a morte do administrador, e que está condenado a morrer em 6 dias. É nesse corpo que vai acompanhando a investigação

Livros de férias

Nos últimos anos planeio ler nas férias os primeiros volumes do "Em busca do tempo perdido" mas, ano após ano, quando as férias chegam, resisto a pegar no primeiro volume e reler as primeiras páginas "Do lado de Swan" e privilegio outras leituras que fui acumulando ao longo do ano. Este ano não foi excepção, queria acabar a leitura do livro "A morte do ouvidor" de Germano de Almeida, que decorre entre os factos que deram origem ao título e a actualidade, em que o autor e um amigo discutem e analisam como vão escrever o livro e narrar a história. Mas perdi o livro já nos últimos capítulos - espero que quem o encontre o aprecie -. Dediquei-me então a ler o livro que me foi oferecido como um pedido de desculpa "Um homem bom é um homem morto", de Gaby Hauptmann, pensando que o facto de estar de férias e os motivos que justificaram a oferta me permitiriam saborear a sua leitura. Mas é muito mau. Demasiado primário, quer na construção da história,

História Concisa de Portugal

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    Porque a leitura não passa apenas pela ficção, aventurei-me a ler a História Concisa de Portugal, de José Hermano Saraiva, a fim de recuperar um pouco os meus escassos conhecimentos de História.     Aconselho a quem sinta o mesmo.    A História é contada nos traços gerais da sua evolução, sem entrar em demasiados detalhes. Tal como constitui a sua mais-valia, é o seu maior defeito pois, por vezes, gostaria de ter explorado algo mais concreto. De qualquer maneira, deste modo situamos um pouco mais os acontecimentos e personagens na linha do tempo, quando confrontados com essa necessidade ou simples curiosidade. *** Quero ler este livro!

Lolita, Vladimir Nabokov (Editorial Teorema)

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    Lolita é um livro onde se narra a paixão - se é correcto que lhe apliquemos esse termo - de Humbert, homem nos seus quarenta anos, por Lolita, uma criança de 12 anos. A história é conhecida, o termo Lolita , como designativo de crianças com precoces atitudes sexuais e de sedução, também.     A narrativa é deslumbrante e, sobretudo na primeira parte, em que o enredo se desenvolve mais rapidamente, é difícil pousar o livro. Se, por vezes, consideramos que há um interesse mútuo entre as duas personagens, depressa surge uma nova evidência do sofrimento da criança. No entanto, não é um livro que tenha referências dolorosas para o leitor, ou de carácter subversivo, sexual ou violento, pelo que conseguimos lê-lo com discernimento e sem asco, chegando mesmo a saborear as palavras que, como já mencionei, se dispõem maravilhosamente. *** Quero ler este livro!