Crónica, António Lobo Antunes
Adoro as crónicas semanais que o António Lobo Antunes publica na Visão, ainda que ele não as tenha em grande conta, nem aos seus leitores de crónicas. Mas gosto muito. Nas crónicas é mais humano, é mais gente... Não resisto a roubar uma pequena parte da última Crónica (publicada na Visão de 16 a 22 de Fevereiro de 2012) e começo pelo título: Caminho como uma casa em chamas Na crónica fala sobre a incapacidade de escrever livros que sentiu (sofreu) recentemente e explica: (...) As crónicas movem-se à superfície das coisas e os livros são peixes de águas profundas, às quais não possuo um acesso consciente: numa crónica eu sei o que vou escrever. Num livro escrevo, cada vez mais, o que o próprio livro me dita ou, expresso de outra maneira, nas crónicas falo e nos livros escuto. Por isso cada vez mais se me afigura que um livro é precário, depende de factores não relacionados com a minha vontade consciente, regidos por princípios e leis a que não tenho acesso (.