Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2012

Leituras de férias

Imagem
    Entre a Foz do Arelho, Oeiras e a Serra de Tomar, as férias passaram demasiado depressa. Tão depressa que pouco foi o tempo que consegui dedicar à leitura.     Comecei com As Três Mulheres de Antibes , do Somerset Maugham. Não li as badanas e não me apercebi que se tratava de uma colectânea de contos pelo que foi com imensa pena e alguma amargura que concluí o primeiro conto que dá o nome ao livro. Apetecia-me continuar na companhia daquelas três mulheres, obcecadas pelas dietas e pelo peso, próprio e das outras, e o apetite devorador com que soçobram, conjuntamente. à comida. Reconciliei-me entretanto com o autor  e o livro através da leitura de outros contos, sobretudo os que decorrem nas Guianas francesas. Quero ler este livro!     Depois li, quase sem conseguir p arar, O Quarto de Jack . , de Emma Don a ghue , finalista do Man Booker Prize e do Orange Prize, 2010. Comprado pela minha filha é um livro surpreendente que narra a vida de uma criança e da mãe, encar

As Serviçais, Katryn Stockett (Saída de Emergência)

Imagem
    Depois de o filme ter estado no Cinema e de me dizerem o quão bom era, decidi ler o livro que lhe deu origem - As serviçais, de Kathryn Stockett. Há muito que um livro não me prendia de semelhante forma. A despeito das suas 463 páginas, devorei-o em três dias - simplesmente não o conseguia pousar; precisava de saber o que se seguia.     Contado pelas vozes de Aibileen, Minny e Skeeter, são-nos dadas a conhecer as vidas das empregadas Negras no interior da América, durante o período de segregação racial, bem como das suas patroas - permitindo-nos entrar naquele tempo e aceder a um pouco da sua realidade.     Aibileen, a mais velha das três, trabalha ma casa dos Leefolt sendo que a sua habilidade é maior para tomar conta de crianças. Tendo perdido o filho, no final da juventude deste, Aibileen tem uma grande mágoa dentro de si, mas nem por isso deixa de dar todo o amor que tem à pequenina Mae Mobley Leefolt, desejando que esta não se torne igual a todas as demais crianças qu

O Gosto Proibido do Gengibre, Jamie Ford (Porto Editora)

Imagem
    Passado na América Pós-Pearl Harbor, conta a história de amizade e amor entre um menino chinês e uma menina japonesa.     Ambos nascidos na América e colegas na escola, vivem realidades muito diferentes. O pai de Henry é extremamente tradicional e quer que o filho termine os estudos na China, após a Guerra com o Japão. Acima de tudo, é um membro de elite da Chinatown de Seattle e o que mais almeja é a aniquilação de todos os japoneses.     Keiko é americana de segunda geração e nem sabe falar japonês. Mas, como os demais japoneses, é enviada para os campos de trabalho, com a família, para desespero de Henry. Os pertences de muitas famílias japonesas ficam guardados na cave do Hotel Panama, situado na entrada da Japantown de Seattle, entretanto entaipado.     Cerca de 40 anos depois do reencaminhamento dos Japoneses, Henry é confrontado com as coisas de Keiko, achados históricos na cave do Hotel que é reaberto, tendo novamente de reviver as suas memórias.     Sendo uma hi

Mrs. Craddock, Somerset Maugham (Livros do Brasil)

Imagem
    Passo com frequência numa pequena livraria (alfarrabista?) na Calçada do Combro. Sentado, perto da porta, está um velhote. Presumo que seja o dono. Percebe-se logo que gosta e conhece os livros. É o meu santo das causas perdidas: sempre que procuro um livro e não consigo encontrar, passo por lá. Embora, em regra, não o tenha, dá-me pistas onde procurar.     Na última vez que passei por lá, tinha uma pilha de livros de Somerset Maugham na mesinha ao pé da qual estava sentado. Não resisti e comecei a folheá-los. Perguntou-me logo se já tinha lido algum livro dele.     Fez-me olhar para os discretos desenhos que ilustram a capa (e a sobrecapa) dos livros desta coleção (e daquela época, embora não encontre qualquer referência ao ano desta edição).     Não resisti a Mrs. Craddock ,e ainda bem. Começa com um prefácio do próprio autor em que explica que o livro foi escrito no final do século XIX. Foi considerado muito ousado e depois de ter sido sucessivamente recusada a sua publ