Mais um livro de Ian McEwan que, mais uma vez, me foi emprestado e recomendado pela Nélia. De novo nos surpreendemos pela versatilidade deste autor. Muitos escritores escrevem obsessivamente sobre o mesmo tema ou as tramas percorrem as mesmas épocas, as mesmas ruas ou as mesmas personagens. Com Ian McEwan isso não acontece. Cada livro é um mergulho numa época, numa atmosfera, num enredo completamente distinto. No caso de Mel, e embora nem o nome do livro, nem a capa nos deixassem suspeitar, trata-se de um livro sobre espionagem, em pleno período da guerra fria, que se desenrola numa Inglaterra a viver uma crise política e económica. O livro é, assumidamente, uma homenagem a Ian Fleming que Ian McEwan expressamente menciona nas últimas páginas. É também um livro que funciona como um jogo de espelhos que vamos decifrando à medida que ação se desenvolve, sem contudo deixar de sentir que, tal como Serena, fomos enganados. Serena, a protagonista, é uma jovem