Mensagens

A mostrar mensagens de maio, 2013

Até sempre mulherzinhas, Marcela Serrano (Dom Quixote)

Imagem
   O livro estava pousado na secretária da minha amiga Susana. Embora não me recordasse, fui eu quem lho ofereceu há alguns anos, pela cumplicidade partilhada da leitura das Mulherzinhas, de Louise May Alcott.    Ao contrário do que pensei, não se trata de uma continuação de As Mulherzinhas, mas a história de quatro primas, todas filhas únicas, que partilham as férias na casa da Tia Casilda, no Pueblo, uma localidade situada no sul do Chile. Todos os anos escolhiam um romance para lerem e representarem, mas a escolha das personagens suscitava sempre grandes problemas, sendo a única exceção As Mulherzinhas.   Cada uma das primas se identificava com uma das irmãs e, como se as características de cada uma determinasse os respectivos destinos, também as vidas de cada uma das primas segue a da personagem do livro que personificou na infância.    Como pano de fundo, temos a casa e a serração da Tia Casilda que alimenta toda a família, incluindo os seus quatro irmãos loucos e inúteis.

A Metamorfose, Franz Kafka (Público - Coleção Mil Folhas)

Imagem
    Mais um livro que tive de ler por causa do curso on-line; há muito que me diziam para o ler, mas nunca me tinha apetecido, porque parecia-me que não era exatamente o estilo de livros que aprecio. O que confirmei.     A Metamorfose é um livro que conta a história de Gregor Samsa, um homem que vive com os pais e a irmã mais nova e é o único que trabalha para poder pagar uma dívida que os pais contraíram. Acorda um dia e apercebe-se que se transformou num grande inseto e com isso fica impossibilitado de trabalhar e toda a dinâmica familiar se altera.      Correndo o risco de criar polémica ou ofender alguém, ou mesmo que me digam simplesmente que é falta de maturidade, não gostei do livro. Talvez por não encontrar nele maneira de me associar com os personagens e as suas reações; talvez por ter determinada ideia do que é para mim a família e de não compreender grande parte das reações dos familiares do personagem principal. Nem mesmo as emoções dele. Não me identifiquei em n

A Rainha Branca, Philippa Gregory (Civilização Editora)

Imagem
    A Rainha Branca é um romance histórico passado entre 1464 e 1485, tendo como pano de fundo a Guerra das Rosas - uma série de batalhas travadas entre duas casas rivais da família Plantageneta (sangue real). Para aqueles que desconhecem o tema, esta Guerra consistiu em batalhas pontuais entre 1455 e 1485, com primos lutando contra primos e irmãos traindo-se constantemente. A casa de Lencastre tinha como símbolo a Rosa Vermelha e a casa de Iorque, a Rosa Branca - daí a designação de Guerra das Rosas.     Daí também o título do livro que segue a ascensão ao lugar de Rainha pela casa de Iorque de Isabel Woodville, filha dos Duques de Borgonha. A própria autora descreve-a como uma rainha bastante menosprezada e pouco amada", mas uma vez que a narrativa é feita pela própria personagem, é impossível não sentir certa empatia, até porque, mesmo que seja apenas ficção, ela amava mesmo o Rei Eduardo e a família, sendo uma boa filha e irmã e uma mãe extremosa e devotada. No entanto, é

Author, Author - David Lodge (Secker & Warburg)

Imagem
   Diariamente, no comboio entre Paço de Arcos e Santos, encontro amigos, antigos e novos, e os 15 minutos da viagem passam rapidamente em conversa, entre política e livros. Com a Sofia, a conversa é sobretudo sobre livros. Recentemente, falou-me sobre o último livro de David Lodge que tinha lido e, a pretexto de jogarmos Mahjong, encontrámo-nos em casa dela e trouxe o livro de empréstimo.    Devo confessar que arrastei o livro mais do que devia e ele merece, mas, admito que a sua leitura em inglês possa ter contribuído para tal.    O livro é sobre a carreira e a vida de Henry James, que, enquanto escritor, conheceu altos e baixos absolutamente surpreendentes, por opção não casou e, tanto quanto é dito, evita qualquer contacto sexual ou mesmo afectivo. Mantém uma amizade forte com Du Maurier (avô de Daphne Du Maurier) ilustrador, amizade que se estende à sua família, permitindo-lhe uma vivência familiar regular. Por volta de 1880, ambos sentem necessidade, em simultâneo, de alte

Jane Eyre, Charlotte Brontë (Penguin Classics)

Imagem
    Mais um dos livros que hei de ter de estudar no curso on-line. Já o tinha lido, mais do que uma vez, creio. No entanto, há tantas partes de que não tinha qualquer recordação que foi como se estivesse a ler pela primeira vez.     Antes de entrar na síntese e opinião do livro, quero apenas deixar umas críticas: comecei por ler (reler) o livro em inglês, portanto na versão original. Sendo uma escrita complexa, quis intercalar com a versão portuguesa e eis que me apercebo que lera apenas versões incompletas do romance! Tinha duas edições distintas cá em casa: uma da Inquérito, de 1971, e uma da Verbo Juvenil, de 1988 - ambas as edições se encontram incompletas. Não que faltem partes essenciais da intriga, mas porque não foram traduzidas muitas das descrições ou dos devaneios e introspeções da personagem (o livro está escrito na primeira pessoa). Considero inadmissível que exista esta liberdade de tradução pois a beleza da história está precisamente nos pequenos detalhes de escrita