A Jangada de Pedra, José Saramago (Caminho)
No seguimento da leitura de autores com Prémio Nobel, não poderia deixar de ler Saramago. O meu único contacto com o autor português tinha sido a leitura (obrigatória) do Memorial do Convento. Na altura, em parte pela obrigatoriedade e limite de tempo, não apreciei particularmente a obra, com exceção das passagens de Baltazar e Blimunda. Quando comecei a ler A Jangada de Pedra, fiquei boquiaberta. Durante as primeiras páginas, não conseguia parar de pensar que o homem era um génio da escrita! A maneira como brinca com as palavras, como usa e abusa da ironia e do tom jocoso, as frases de um paragrafo lidas de um fôlego só... Foi verdadeiramente uma experiência de ler simplesmente pelo bem escrever. E deu-me um grande gosto. Tenho muitas páginas com o canto dobrado, de passagens que gostei particularmente. A narrativa começa com Joana Carda a riscar o chão com uma vara de negrilho, no norte de Portugal. Nesse mesmo momento, todos os cães de Cerbère, em França, não ten