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A mostrar mensagens de julho, 2014

O Homem da Carbonária, Carlos Ademar (Oficina do Livro)

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    Nos primeiros anos após a instauração da República portuguesa, o chefe de segurança de  S. Bento aparece morto a tiro, no Jardim da Estrela, sem carteira nem arma. Durante a invesigação são colocadas diversas hipóteses para a causa do homicídio, entre as quais a sua ligação à Carbonária, uma seita semelhante à Maçonaria mas maioritariamente constituída por trabalhadores do povo, fundada em Itália.     Apesar de bem escrito, não foi um livro que me fascinou. Já li mais livros deste autor e o meu favorito continua a ser a Primavera Adiada . Penso que este romance - O Homem da Carbonária - foi essencialmente um esforço para contar os anos conturbados que se seguiram à queda da Monarqia e até se dar o golpe que levou ao período ditatorial português. No entanto, o modo como os dados históricos foram introduzidos não está muito bem conseguido, sendo um pouco forçado e implicando a interrupção da narativa. *** Quero ler este livro!

How the soldier repairs the gramophone, Sasa Stanisic

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    Depois de ter procurado este livro - em português - em vão, a Lucinda enviou-mo em inglês. Sasa, ou melhor, Aleksandar, protagonista e narrador de quase todo o livro, reside em Visegrad, antes da guerra, numa Jugoslávia ainda presidida por Tito. Vive a vida de uma criança, protegida pelos pais e pelos avós e marcada sobretudo pelo avô paterno. Uma criança comum mas original, que conta os passos que dá, os segundos antes de beber o leite e deixa sempre os desenhos incompletos. A guerra vai-se anunciando e insinuando no dia a dia dos adultos e deixando dúvidas e receios nas crianças.     Apesar dos avisos a guerra chega brutal e surpreendentemente a Visegrad e Aleksandar e os pais fogem para a Alemanha. Anos depois Aleksandar regressa à Bósnia e Herzegovina e a Visegrad. O regresso foi antecedido por telefonemas repetidos à procura de Asija, uma rapariga muçulmana, órfã, que conheceu quando se refugiaram dos ataques. A morte de Tito e o fim da Jugoslávia coincidem com a morte do

Amor e Dedinhos de Pé, Henrique de Senna Fernandes (Instituto Cultural de Macau)

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    Contrariamente ao que me é habitual, comecei este livro sem ter a mais pequena ideia de qual era o tema; apenas com a recomendação da minha tia que, ao mo emprestar disse “É muito bonito!”. E é mesmo.     Passado em Macau, conta a história de Francisco Frontaria e como este passou a Chico Pé-Fêde, e de Vitorina Vidal, e como se tornou Varapau-de-Osso. De uma forma simples e bonita, sublinha a relevância das nossas decisões e comportamentos, e ressalva como a redenção e a reabilitação são sempre possíveis, desde que exista vontade e uma mão estendida. Assim, e mais importante, descobrimos como Chico Pé-Fêde voltou a ser Francisco Frontaria e como Varapau de Osso voltou a ser Vitorina Vidal, unidos por um amor imprevisto tanto por eles como pela sociedade que os rodeava.     O autor começa o livro com um “Ao Subir do Pano”, onde declara:   “Esta é uma obra de ficção, todavia inspirada numa história antiga que escutei, entre riso e comentário jocoso (…) era eu menino e mo