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A mostrar mensagens de outubro, 2014

A sombra da sereia, Camilla Läckberg (D. Quixote)

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       O segundo livro desta autora, oferecido pela minha mãe em conluio com a minha filha, ambas cúmplices no horror a policiais e às descrições de crimes e sangue a escorrer que, mais raramente do que creem, enchem as páginas dos livros policiais.     O efeito surpresa não existiu desta feita. A narrativa é muito simétrica à do outro livro: um crime acontece na tranquila vila de Fjallbacka, Patrik Hedstrom, inspetor, conduz a investigação e a mulher, a escritora Erica Falk vai investigando por sua iniciativa e acrescentando peças ao puzzle. A narrativa desdobra-se em dois momentos distintos, marcados também pelo tipo de letra.    Ao mesmo tempo que seguimos a investigação, vamos acompanhando a vida familiar de Erica e Patrik e restante família, marcada pela tranquilidade e pelos afetos em claro contraste  com os crimes que investigam.      Se o efeito surpresa não existiu, porque a forma como o livro está estruturado é muito similar ao d' A Ilha dos Espíritos - cuja ação é p

Um homem muito procurado, John Le Carré (D. Quixote)

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    Mais um livro que, na contracapa, promete que não o conseguiremos pousar; mais um livro que só me apetecia pousar e que foi uma enorme deceção. Honestamente não consegui perceber a ideia... E um livro que fica só na superfície, como um trabalho incompleto redigido por um aluno preguiçoso e sem capacidade de aprofundar ideias.     Issa Karpov chega à Alemanha em muito mau estado e recorre a um Santuário para imigrantes ilegais e à sua advogada Annabel Richter, proveniente de uma família muito influente na área do Direito. Issa tem de reclamar o dinheiro do pai, que renega por ter sido um bárbaro russo, que violou a mãe chechena, e que está depositado numa conta semi-secreta no banco privado de Tommy Brue, que também se torna aliado deles. Entretanto, o próprio Issa está a ser espiado por vários Serviços de vários países, pelos quais é considerado um terrorista da pior espécie... Mas por outro lado acaba por ser o isco para um outro suposto terrorista... O fim mais parece o meio

A mancha humana, Philip Roth (D. Quixote)

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   Cada vez mais me parecem semelhantes as relações entre pessoas e entre pessoas e livros. Relacionamo-nos com os livros com com as pessoas: apaixonamo-nos, traímos, cansamo-nos, abandonamo-los temporária ou definitivamente...e muitas vezes tinha tudo para dar certo. Foi o caso deste livro: o autor é excelente, o livro aplaudido pela crítica, o tema fascinante. E ao lê-lo sabemos que é bom, que corresponde à expetativa, contudo, impacientamo-nos para que acabe. Aguardamos pela última página e apetece dizer como dizemos às pessoas:"não és tu, sou eu".      No caso deste livro, sou eu seguramente a responsável pela impaciência. A minha incapacidade de abandonar os livros agrava-se com os autores que conheço e aprecio. Não consegui por isso abandonar a leitura, mas a dado passo senti que nos arrastávamos, o autor na escrita e eu na leitura, sem vislumbrar a razão para qualquer um de nós.      Os argumentos a favor do livro são muitos: o autor, o facto de o livro  ter re