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A mostrar mensagens de abril, 2015

Lueji, Pepetela (Edições ASA)

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    Lueji é o primeiro livro que leio de Pepetela - e foi uma agradável surpresa. Está escrito de uma forma muito gira, cruzando as histórias de Lueji, rainha da Lunda, e de Lu, uma bailarina conceituada e aparentemente tetraneta de Lueji.     A história do governo da Lunda por Lueji, filha da segunda mulher de Kondi, começa quando o irmão mais velho, Tchinguri, sucessor do trono da Lunda, fere mortalmente o pai. Como castigo, Kondi decide, antes de morrer, que será a filha, com 18 anos, a sua sucessora até ter um filho que possa governar. Apesar de extremamente próximos, e de Lueji considerar o irmão como um herói, este revolta-se contra a decisão tomada e declara guerra aos Tubungo, ou seja, aos nobres que, em seu entender, envenenaram primeiro e pai e depois a irmã contra ele.     Quatro séculos, mas apenas umas páginas, mais tarde, enquanto ensaiam para um bailado, Lu e o seu parceiro Uli apercebem-se que se sentem atraídos um pelo o outro, o que transforma toda a sua relaçã

Saltitar de livro em livro

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     Acredito que existem momentos certos para ler determinados livros. Tem-me acontecido com alguma frequência passar algum tempo a arrastar-me na leitura de um livro, até acabar por o pôr de lado, ou saltitar de livro em livro ao fim de algumas páginas que não me prendem. Não gosto muito de criticar livros que não terminei de ler, precisamente porque acredito que alguns deles, se voltar a pegar-lhes daqui a uns tempos, até me vão interessar. Por vezes, por uma questão de (falta?) de maturidade, outras vezes porque ando mais virada para um estilo literário diferente; por precisar de um livro mais leve e não algo que mexa particularmente comigo, ou, pelo contrário, por precisar urgentemente de algo que mexa comigo e me agite os sentidos; seja qual for o motivo, há alturas em que demoro a prender-me a um livro. Estas situações são mais evidentes quando acabei de ler um livro excecionalmente bom, e geralmente terminam quando encontro o seguinte.     O último livro que me apaixonou ve

Inês de Portugal, João Aguiar (Leya BIS)

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    Fiquei alguns dias sem ler, ou por outra, sem me apetecer pegar num livro e ler, pelo que substitui livros por jornais, revistas, rótulos, bulas... Mas quando acabamos um livro excecional como Stoner, precisamos de um minuto de silêncio que se pode estender por horas, dias ou mesmo semanas. Os livros que me aguardam desarrumados em cima da arca no meu quarto ou na minha mesinha de cabeceira não me suscitavam a menor curiosidade. Foi neste estado de espírito que encontrei, por acaso, este livro à venda numa estação de correios e resolvi comprá-lo.      Lembro-me que há já alguns anos participei numa reunião - penso que em Copenhaga - e ao fazer conversa de ocasião com a pessoa que ficou ao meu lado, no transporte entre o local da reunião e o hotel, ao saber que eu era portuguesa, perguntou-me que personagem tínhamos dado ao mundo e exemplificou com Robin Hood, D. Quixote, Joan of Arc, Romeu e Julieta, referindo que podiam ser personagens de ficção ou não, mas que quando as evoc