Granta, África
Assinei os primeiros números desta revista e deixei de o fazer apenas porque tenho pouco tempo para ler e, de repente, senti que tinha substituído os livros pela revista. Confesso que gosto muito de ler contos, para alguns uma forma menor de literatura, mas confesso que, quando são bons, me deixam, com frequência, um sabor amargo na boca. Como se faltasse qualquer coisa, um pouco mais, pelo menos. O tema deste número, África, foi para mim surpreendente. Penso que África é o único continente que pode ser mote para reunir diversos autores e para criar nos leitores (pelo menos nos portugueses) a expectativa da leitura. Não imagino um número sobre a Europa ou a Ásia, e interrogo-me sobre o porquê desta diferença. Talvez África ainda ocupe um espaço mágico e selvagem nos nossos imaginários que nos faz ignorar a diversidade e incluir sob a designação do continente, realidades muito diversas e mal conhecidas fora dele. Não tenho o hábito de ler uma revista pela ordem com