Paraísos Artificiais, Paulo Henriques Britto (Companhia das Letras)
Foi este o livrinho que me foi recomendado pela simpática rapariga do pequeno stand de livros do Centro Comercial de Alvalade, que já mencionei . Falou-me do autor, brasileiro, que escreve maioritariamente poemas mas que, aqui, se aventura em prosa. E, como ela me prometera, a escrita é maravilhosa. Fiquei amarrada logo na introdução. ... você está constantemente largando camadas sucessivas de seu ser, desintegrando-se a cada instante de sua existência no espaço; e é por isso que você não é eterno, não pode ser eterno, pelo mesmo motivo que um lápis ou uma borracha não podem ser eternos. Mas há uma maneira simples de alterar essa situação - quer dizer, não alterá-la objetivamente, o que seria impossível, e sim modificar o modo como você a vivencia (e como você só sabe das situações o que vivencia delas, para todos os fins práticos modificar sua percepção de uma situação é a mesma posa que modificar a situação em si): basta sentar-se na cadeira, pegar um lápis e uma