A mulher de cabelo ruivo, Orhan Pamuk (Editorial Presença)
Alguns dias antes do dia da mãe descobri que iria ser editado entre nós mais um livro do Orhan Pamuk, A mulher de cabelo ruivo. Enviei a notícia aos meus filhos, sugerindo-lhes que mo oferecessem. Estraguei a surpresa que me preparavam, porque antes mesmo da sua publicação já o tinham encomendado, mas foi com o mesmo prazer que o recebi. A história, ou pelo menos a parte inicial, está sumariamente contada na contracapa do livro: um jovem estudante, Cem, vai trabalhar como aprendiz de um escavador de poços antes de se candidatar à universidade. O pai, um militante de esquerda, que já tinha estado preso, deixara depois a mulher e o filho, que passavam então sérias dificuldades financeiras. O jovem e o escavador de poços, o mestre Mahmut, criam uma ligação muito forte, até porque o jovem pouco se recorda do pai, e está numa fase da vida em que lhe sente particularmente a falta, e o mestre, por seu lado, porque não tem filhos. Para além disso, o isolamento a que estão suj