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A mostrar mensagens de outubro, 2018

O fiel defunto, Germano Almeida (Caminho)

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     Encontrei este livro por acaso. Um dia quase à meia-noite, esperava pelo João no aeroporto e entrei na loja (tabacaria?) que vende revistas, jornais e também alguns livros. Quando aguardo a chegada de alguém no aeroporto, passo quase sempre por lá e folheio sobretudo os jornais e revistas. Mas, desta vez, este livro chamou-me a atenção, pelo autor, pelo título e também pela sobriedade da capa. Há muito que não leio um livro do Germano de Almeida. Li as primeiras páginas deste e, felizmente, não li a última.          Já me aconteceu ler as primeiras páginas de um livro e depois a última. Saber como um livro acaba não me dissuade de o ler. Mesmo se se tratar de um livro policial, porque não tento adivinhar quem matou, quem roubou, enfim, quem tem a culpa. O que me seduz na leitura é o percurso que é feito, as personagens, as relações que estabelecem entre elas, ou seja, o que está entre o princípio e o fim do livro, sendo que estas partes são um bom indicador sobre o interesse

Morte na Pérsia, Annemarie Schwarzenbach (Edições Tinta da China)

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    Primeiro livro desta autora de quem pouco conhecia. Foi-me emprestado pela Catarina , colega da disciplina Escrita de viagem. Talvez por estar à espera de um livro de viagens, senti alguma dificuldade no início da leitura. Mesmo depois de ter lido a Nota prévia que avisa que este livro trará pouca alegria ao leitor. Não o poderá consolar nem reconfortar, como muitas vezes os livros tristes sabem fazer, (...)      Só quando compreendi que a Pérsia funciona apenas como cenário para o profundo drama existencial que a autora vive, é que comecei a lê-lo com interesse e mesmo avidez. A sentir o que ela escreveu e absolutamente surpreendida pelo facto de ter sido escrito nos anos trinta do século passado (embora só tenha sido publicado em 1995) pelo arrojo que evidencia.      O livro poderia decorrer em qualquer outro lado que representasse o exílio, o afastamento, o desconhecido. O medo. (« O perigo tem diferentes nomes. Por vezes, chama-se simplesmente saudades de casa, outras ve

Isto e mais isto e mais isto, Luísa Costa Gomes (Editorial Notícias)

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    Leio regularmente crónicas, de diferentes autores e assuntos. Desde as crónicas escritas do António Lobo Antunes, Ricardo Araújo Pereira, Miguel Esteves Cardoso, António Guerreiro, às crónicas radiofónicas do Júlio Machado Vaz, apenas para citar alguns.  São, em regra, pequenas jóias literárias, curtas, muitas vezes sobre temas da atualidade. Dão para ler enquanto bebemos um café ou interrompemos a leitura de um livro. Ou mesmo no tempo de uma viagem de comboio. Gosto de crónicas, mesmo sabendo que alguns dos que as escrevem desdenham de quem as lê, por serem o que são, uma leitura simples e rápida.     Mas gostando de crónicas, nunca comprei ou li um livro de crónicas. Sempre achei que seria um exercício fastidioso ler de seguida cinquenta ou mais crónicas do mesmo autor, que foram escritas e publicadas ao longo do tempo, algumas  sobre os mesmos temas. Curiosamente, numa nota da editora sobre o livro é dito que os livros de crónicas têm vindo a ter enorme sucesso no nosso pa