Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2018

Viagens com o Charley, John Steinbeck (Livros do Brasil)

Imagem
  Este livro foi sugerido pela Catarina para um trabalho da disciplina Escrita de viagem e adorei lê-lo. Há muito que não lia um livro do Steinbeck, mas a escrita dele, rápida, despretensiosa e ao mesmo tempo tão rica, prende-nos desde o princípio.     De acordo com a contracapa, « a bordo de uma camioneta a que chamou Rocinante, tendo apenas como companhia o cão-d'água Charley, partiu numa viagem de mais de três meses do Maine à Califórnia », e a causa e o  objeto da viagem são mencionados logo no início:     « Por conseguinte, descobri que não conheço o meu próprio país [...]. Não ouvira falar da América, não cheirara a sua erva, as suas árvores e as sua imundície, não vira as suas colinas nem as suas águas, a sua cor e a qualidade da lu z.»     Contudo, há uma segunda razão, que resulta do facto de ele ter estado doente no inverno anterior, com uma doença que descreve como uma advertência da aproximação da velhice, daí a decisão de viajar:     « Não quero renunciar

O Menino de Cabul, Khaled Hosseini (Editorial Presença)

Imagem
Depois de várias tentativas falhadas - e, consequentemente, uma grande ausência no blogue - decidi-me a ler O Menino de Cabul , do mesmo autor de Mil Sóis Resplandecentes . E se gostei do primeiro, quase não tenho palavras para este. Foi um livro que me tocou como há muito não acontecia. É um livro duro, sobre segredos guardados a sete chaves que corroem as vidas dos que os guardam e também as dos que, desconhecendo-os, fazem parte desses segredos. O pano de fundo é a invasão soviética do Afeganistão e domínio talibã que se lhe seguiu. Amir vive desafogadamente com o seu pai cujo afeto luta por conquistar. Toda a sua infância é marcada por esta necessidade de se provar diante do seu Baba, que não compreende o filho nem se identifica com a sua sensibilidade. O maior amigo de Amir, Hassan, é o seu criado hazara, que vive também apenas com o pai numa cabana anexa à casa grande. O pai de Amir tem um grande carinho por Hassan e pelo seu pai, Ali, com quem, por sua vez, cresceu.

Este tempo, crónicas, Maria Judite de Carvalho (Caminho)

Imagem
     Mais um livro de crónicas. Uma antologia de crónicas de Maria Judite de Carvalho organizada e prefaciada por Ruth Navas e José Manuel Esteves e editada em 1991. As crónicas foram publicadas em diversos jornais e revistas entre 1968 e o princípio dos anos 80. Ao contrário do que estava à espera, as crónicas mantém-se atuais na sua grande maioria, quer quanto aos temas, quer quanto à abordagem feita. Acresce ainda uma escrita perfeita, cuidada, poética por vezes.    Nestas crónicas, Maria Judite de Carvalho escreve sobre diversos temas, como o turismo, a publicidade, a língua portuguesa, a televisão e os computadores. Muitas das crónicas são sobre Lisboa:   « Às vezes acontece passarmos por uma rua onde não passávamos há um, há dois anos, e onde havia um bonito prédio antigo, com loja, com gato à janela, com varanda florida, e já não há prédio, só remendo gritante, violento, deserto à noite .» (O Jornal, 16-3-84)     « Por isso fico triste quando encontro uma casinha antig