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A mostrar mensagens de fevereiro, 2019

Orgulho e preconceito, Jane Austen (Romano Torres)

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    O Almada Negreiros tinha razão: não duramos o tempo suficiente para lermos todos os livros que existem numa livraria e, por isso, no meu desejo de tentar ler os mais que possa, raramente volto a ler um livro. Agora vou  quebrar esta regra, porque quatro dos seis livros cuja leitura terei que fazer nas próximas semanas (no âmbito da disciplina Arte do Romance, Rogério Casanova) já li, mas há demasiado tempo para me lembrar.      O primeiro, Orgulho e Preconceito, custou-me mais a ler do que pensava. Confesso que tenho alguma incapacidade para compreender o sucesso e a perenidade desta obra, mas quando se a lê pela primeira vez, há uma imensa expetativa relativamente ao desenvolvimento e desfecho da história que  é contada e especialmente da relação entre Lizzie e Mr. Darcy. Quando se conhece a história (e as histórias) de fio a pavio, se dá rosto às personagens e quase que se sabe de cor algumas falas, a leitura é relativamente fastidiosa, apesar de simples.     Reconheço o

Curvas Ideais, Relações Desconhecidas e outras histórias da Matemática, Jorge Buescu (Gradiva)

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      Regressei a um género de que gosto muito, mas a que não dou a atenção devida, pelo menos de forma mais sistemática, a «divulgação científica (ou originais clássicos). Deveu-se este regresso à compilação de crónicas publicadas por Jorge Buescu na revista Ingenium (a origem da maioria delas, segundo o próprio autor), trazida a público pela Gradiva (2 edições, a primeira em novembro de 2018 e a segunda em dezembro do mesmo ano!)   sob o título Curvas Ideais, Relações Desconhecidas .     Ao alinhar estas impressões preparei algumas referências sobre as minhas últimas incursões neste domínio, nomeadamente O Último Teorema de Fermat  de Amir D. Aczel (já há alguns anos) e, mais recentemente, Como Mentir com a Estatística ,  de Darrel Huff (para não me esquecer de como somos manipulados todos os dias em frente ao pequeno ecrã), e Godel, Escher, Bach-Laços Eternos , de Douglas R. Hofstadter, na sequência da Exposição de Escher em Lisboa , onde estava exposto, pelo meu fascínio

O Homem Duplicado, José Saramago (Porto Editora)

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    Comprei este livro há vários anos, na sequência da sua adaptação para cinema (apesar de não ter visto o filme). Entretanto, o livro ficou a aguardar a sua vez na minha estante. E o que eu andei a perder!     Tertuliano Máximo Afonso, Máximo Afonso, de preferência, é professor de História no liceu e vive num «marasmo» próximo da depressão desde o seu divórcio. Para o tentar distrair, o colega de Matemática recomenda-lhe um filme leve que viu há uns tempos, Quem Porfia Mata Caça, e, apesar de não ser propriamente amante de cinema, Máximo acaba por alugar o vídeo. E a sua vida fica virada do avesso. Porque, por uma fração de tempo, vê-se a si mesmo num papel secundário desse filme. Mais do que isso, vê-se como era na altura em que o filme fora gravado.     « [...] tudo quanto é possível suceder, já sabemos que sucederá, primeiro foi o acaso que nos tornou iguais, depois foi o acaso de um filme de eu nunca tinha ouvido falar, poderia ter vivido o resto da vida sem imaginar sequ

A misteriosa chama da Rainha Loana, Umberto Eco (Gradiva)

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   Um livro diferente, não só pelas ilustrações (é designado, aliás, de romance ilustrado) mas também pelo tema de que trata. A memória ou a sua perda. O que somos ou quem somos sem a memória.     « E o senhor, como se chama?     Espere, tenho-o debaixo da língua.     Tudo começou assim.»     É desta forma que se inicia o livro. Yambo, um alfarrabista de Milão recupera parte da memória depois de um acidente vascular cerebral. Recorda-se de tudo o que lhe perguntam, mas não se lembra de quem é. Como lhe explica o médico, nós temos uma memória implícita, que nos permite executar uma série de coisas que aprendemos de forma automática, e temos uma memória explícita, através da qual recordamos e sabemos que estamos a recordar. A memória explícita divide-se em semântica e episódica ou autobiográfica. Yambo perdeu esta última, ou seja, não recorda os episódios da sua vida.     Ignoro se esta descrição e divisão da memória estão cientificamente corretas, mas a indicação das conse

Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, J. K. Rowling (Editorial Presença)

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    O terceiro livro da saga Harry Potter foi sempre o meu favorito. É o livro onde se descobre um pouco mais sobre a família de Harry, particularmente dos tempos do pai dele em Hogwarts e dos acontecimentos que acabaram por levar à sua morte e da mulher. Mas, mas do que isso, é um livro que dá umas quantas reviravoltas - e eu sempre me perdi por reviravoltas!     Quando o livro começa ainda estamos nas férias de verão e Harry tem a infelicidade de ter de aturar a irmã do tio Vernon durante uma semana. A tia Marge gosta tanto de Harry como ele dela e as coisas não podiam terminar da pior forma, com Harry a perder o controlo e a insuflar a senhora, fugindo de seguida, absolutamente convicto de que com esta segunda infração será expulso de Hogwarts. Para piorar a situação, há um assassino à solta e Harry começa a ser como que perseguido por um enorme cão preto que vem a descobrir tratar-se do pior dos presságios de morte.     Para seu alívio, acaba por perceber que a perda de contro