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A mostrar mensagens de maio, 2021

Irmãs, Claire Douglas (Jacarandá)

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    Adoro um bom policial. Li centenas de livros editados na coleção Vampiro e mais tarde na coleção Caminho Policial. Livros pequenos, condensados, mas com enredos absolutamente extraordinários. Depois de ler Agatha Christie e Patricia Highsmith, descobri Ruth Rendell - ou Barbara Vine - e P. D. James. Estas duas autoras eram baronesas e, olhando para as fotografias delas, nunca esperaríamos que escrevessem histórias policiais, de ficção e terror, com tanta maldade envolvida. Imaginava-as sempre a escrever, à mão, numa mesa, coberta com uma renda de crochet e um bule de chá ao lado e nunca consegui perceber onde iam buscar as histórias que escreviam. Sairiam todas das suas cabeças ou inspiravam-se em notícias de crimes?     Os meus autores policias não são exclusivamente femininos, mas elas são, em regra, as minhas preferidas. Mais recentemente comecei a ler policiais nórdicos, especialmente Camilla Lackberg .      Posso estar enganada, mas parece-me que os livros mais antigos tinham

O meu país inventado, Isabel Allende (Difel)

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    O meu país inventado estava arrumado entre os outros livros de Isabel Allende, com quem, confesso, já tive uma relação melhor. Apaixonei-me por vários dos livros dela, A Casa dos Espíritos , Eva Luna , Do Amor e de Sombra , Retrato a Sépia e Paula , mas os mais recentes desiludiram-me. Longa Pétala do Mar foi o último que li dela e, apesar de contar uma história extraordinária, não me apaixonei como aconteceu com os anteriores.    Tenho o péssimo hábito de não dar nova oportunidade aos autores quando me desiludem. Talvez tenha sido por isso que O meu país inventado , que data de 2003, permaneceu tanto tempo esquecido na prateleira, a capa já um pouco amarelecida, sem ter sido mexida, mas, ao contrário do que esperava, gostei bastante de o ler. Reconheço, contudo, que não tem o fôlego nem a ambição dos primeiros.     Enquanto o lia fui tendo a noção de que havia partes que já tinha lido, mas talvez seja porque se refere ou recorda excertos de livros anteriores. A sensação mai

rapariga mulher outra, Bernardine Evaristo (Elsinore)

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            Rapariga mulher outra recebeu o Booker Prize 2019 juntamente com Os Testamentos de Margaret Atwood. Mais do que o prémio, acho que foi o título que me atraiu. As palavras em minúsculas, sem vírgulas ou outro sinal de pontuação a separá-las, aumentando de tamanho de rapariga para mulher e depois para outra, indiciando uma transição e, simultaneamente, um crescimento e uma abertura.     Apesar de contar a história de 12 mulheres, na verdade fala-nos de muitas mulheres, negras, de diferentes gerações, que têm em comum viverem em Inglaterra e terem todas a sua origem nas antigas colónias britânicas. É na realidade uma constelação de mulheres, algumas de gerações distintas, que se conhecem, amam, protegem, descendem ou se cruzam algures na vida.     Convenço-me que os escritores(as) escrevem como eu os leio.   Li rapidamente rapariga mulher outra, e, parece-me, que também foi escrito assim. Num fôlego só, com um ritmo acelerado, parágrafos curto, sem ponto final e com o pará