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A mostrar mensagens de julho, 2021

Dias Felizes, Noites Tranquilas; Constança Cordeiro Ferreira (Arena)

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    Desde que fui mãe que o tempo para leitura se reduziu significativamente.     Este foi o primeiro livro que li de fio a pavio, e até bastante rápido, creio que pela urgência que, no momento, sentia em encontrar formas de ajudar o meu filho (e os seus pais) a dormir melhor.      É uma leitura muito fácil e fluída, e senti verdadeiro prazer a ler o livro. Além disso, e o que era mais importante para nós, promove estratégias que podem ser usadas por famílias «normais» e que contrariam os métodos que deixam os bebés a chorarem sozinhos, num berço, às escuras. Dicas que podem e devem ser usadas em momentos diferentes do dia, para que os pais não se tornem escravos da rotina de sono dos filhos.     Partilho duas das passagens iniciais que me deram indicação de que tinha escolhido bem - e aconselho a leitura a pais e mães que estejam a ter noites mais complicadas, mas que não queiram tornar a hora de adormecer numa guerra diária.     « Ninguém, em idade nenhuma, merece adormecer a chorar

Os Mal-Amados, Luísa Beltrão (Editorial Presença)

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   Cheguei ao fim desta tetralogia, com o subtítulo "Uma história privada". A curiosidade de conhecer o destino daquelas personagens, cujos antepassados e história conhecemos nos volumes anteriores, suplantou a impaciência com que fui lendo as últimas páginas, em particular alguns diálogos.     Se os anteriores volumes, em particular os dois primeiros, Os Pioneiros , Os Impetuosos , tinham a graça de entrecruzar a história pública e privada, sem suscitar outras reações que não fossem o interesse e a curiosidade, devido à distância temporal, enquanto lia o terceiro, Os Bem-Aventurados ,   fui sentindo que se tratava de uma leitura muito pessoal da autora, Maria Luísa Beltrão, que não se preocupou nunca em rodar a objetiva com que ia escrevendo, e ver as coisas com os olhos dos outros. Acresce que a proximidade com os factos aqui narrados impede também a isenção do leitor que os viveu. E este desconforto aumentou neste último volume, cujo título, Os Mal-Amados, já indiciava es

Os Bem-Aventurados, Luísa Beltrão (Editorial Presença)

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            Terceiro volume desta tetralogia, Uma História Privada, iniciada com Os Pioneiros e Os Impetuosos . A estrutura deste volume, Os Bem-Aventurados, é distinta da dos anteriores: os capítulos não são dedicados a uma personagem que é introduzida pelas lembranças da Tia Graça. N' Os Bem-Aventurados vamos acompanhando as histórias de vários membros desta família, sobretudo mulheres, entre os anos trinta e sessenta do século XX, contudo, segundo a Autora, Luísa Beltrão, trata-se de um romance de ficção cujas personagens e enredos são fruto da sua imaginação.      Percebe-se a opção de prosseguir com personagens fictícias. É sempre difícil contar a história e a vida daqueles que nos são próximos. Se não se esconde os defeitos e omite as tragédias e as derrotas, corre-se o risco de as pessoas se verem expostas na praça pública, contra a sua vontade. Mas contar vidas sem essas partes, aplana-as e torna-as desinteressantes.     Apesar de se tratar de personagens de ficção, é sed

Os Impetuosos, Luísa Beltrão (Editorial Presença)

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     Acabei de ler o segundo volume da tetralogia de Luísa Beltrão, Os Impetuosos, depois do primeiro, Os Pioneiros . Ambos seguem a mesma estrutura: a Autora, recorre à memória da Tia Graça, quase centenária e, a partir das personagens que ela descreve e que existiram, cria as personagens cujas vidas nos vai relatando. Neste segundo volume chegamos ao século XX, um tempo mais próximo do nosso e, como nos diz Luísa Beltrão na Nota Prévia “ muita gente há que ainda o viveu ”, por isso convocar a memória, inventar factos e cruzar personagens torna-se mais difícil.     Apesar de Os Impetuosos – como Os Pioneiros – apresentar uma árvore genealógica da família, a dada altura torna-se difícil percebermos ou recordarmos as ligações existentes entre as várias personagens, mas nem por isso deixa de ser interessante. Neste volume, são contadas as vidas dos filhos de Ana de Jesus, casada em primeiras núpcias com Manuel Joaquim e, depois de enviuvar, com o Conde de Aguim. Os filhos, cinco do prime