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O desejo de Kianda, Pepetela (D. Quixote)

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      A meio do livro Noites de Peste, de Orhan Pamuk, que ia lendo com uma folha ao lado onde anotava os nomes dos paxás, sultões e governadores que se sucedem vertiginosamente na ficcional ilha de Mingheria - que no príncípio do livro acreditei existir – abri O desejo de Kianda e só parei quando acabei de o ler.     O início do livro consta da contracapa e convida logo à leitura:     «João Evangelista casou no dia em que caiu o primeiro prédio. No largo do Kinaxixi. Mais tarde procuraram encontrar uma relação de causa e efeito entre os dois notáveis acontecimento. Mas só muito mais tarde, quando a síndrome de Luanda se tornou notícia de primeira página do New York Times e do Frankfurter Allgemeine. Aliás, João Evangelista casou às cinco da tarde, na Conservatória do Kinaxixi, e o prédio caiu às seis. A existir relação, parece claro ser o casamento a causa e nunca o suicídio do prédio. O problema é que as coisas nunca são tão límpidas...

LÍNGUA MÁTRIA - Festival Literário e Feira do Livro de Oeiras

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    A propósito do Festival Literário de Oeiras, Língua Mátria, recordamos alguns dos livros de autores que teremos oportunidade de ver e ouvir nos dias 28 e 29 de setembro: Pepetela Crónicas maldispostas, conjunto de crónicas do autor publicadas na revista mensal angolana África 21, entre 2007 e 2015; Lueji , que cruza as histórias de Lueji, rainha da Lunda, e de Lu, uma bailarina conceituada e aparentemente tetraneta de Lueji; Luís Cardoso O ano em que Pigafetta completou a circum-navegação , um relato da luta dos timorenses pela sua independência e uma homenagem às mulheres e aos homens que de diferentes formas contribuíram para este desfecho; Para onde vão os gatos quando morrem? O livro está dividido por dias e vai, de forma sequencial, até ao vigésimo dia. Como refere Frei Bento Domingues no Prefácio, este « romance é escrito como uma parábola bíblica. Acompanha-o A Criação do Mundo, de Miguel Torga, outra parábola bíblica quase laicizada».  ...

Crónicas maldispostas, Pepetela (D. Quixote)

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    Crónicas maldispostas reúne um conjunto de crónicas do autor publicadas na revista mensal angolana África 21, entre 2007 e 2015. Não sei se as crónicas foram publicadas na revista com este título ou se apenas foram apelidadas de maldispostas nesta edição. Mas confesso que adorei o nome e achei que era um privilégio alguém ter direito a publicar crónicas maldispostas mensalmente. Comecei logo a imaginar os temas que mereceriam a minha má disposição se tivesse direito a um espaço de publicação. O problema seria sempre a escolha, a seleção da má disposição (talvez tenha sido a perceção desta minha identificação que levou a Ana Paula a oferecer-me o livro).      E a má disposição do Pepetela é nalguns casos dirigida ao seu país e aos seus concidadãos, mas ultrapassa com frequência as fronteiras angolanas e chega a Portugal e a muitos outros países. E tanto fala de gatos vadios como dos bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza, dos problemas dos ...

Lueji, Pepetela (Edições ASA)

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    Lueji é o primeiro livro que leio de Pepetela - e foi uma agradável surpresa. Está escrito de uma forma muito gira, cruzando as histórias de Lueji, rainha da Lunda, e de Lu, uma bailarina conceituada e aparentemente tetraneta de Lueji.     A história do governo da Lunda por Lueji, filha da segunda mulher de Kondi, começa quando o irmão mais velho, Tchinguri, sucessor do trono da Lunda, fere mortalmente o pai. Como castigo, Kondi decide, antes de morrer, que será a filha, com 18 anos, a sua sucessora até ter um filho que possa governar. Apesar de extremamente próximos, e de Lueji considerar o irmão como um herói, este revolta-se contra a decisão tomada e declara guerra aos Tubungo, ou seja, aos nobres que, em seu entender, envenenaram primeiro e pai e depois a irmã contra ele.     Quatro séculos, mas apenas umas páginas, mais tarde, enquanto ensaiam para um bailado, Lu e o seu parceiro Uli apercebem-se que se sentem atraídos um pelo...