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A mostrar mensagens de maio, 2011

Livros a ler

Quatro escritores portugueses na lista do Prémio PT Há quatro escritores portugueses entre os 50 nomeados para a primeira lista de fialistas da 9.ª edição do Prémio Portugal Telecom de Literatura, que será atribuído em Novembro, no Brasil. São eles João Tordo, pelo livro As Três Vidas (edição Língua Geral); Ernesto Manuel de Melo e Castro, por Neo-Poemas-Pagãos (edição Annablume – Demónio Negro); Gonçalo M. Tavares, por Uma Viagem à Índia (edição Leya-Brasil); e Inês Pedrosa, por Os Íntimos (edição Objectiva). Jornal Público, 25 de maio 2011

Servidão humana, Somerset Maugham (ASA)

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    Subscrevo a frase de Gabriel Garcia Marquez, a propósito do autor, que aparece na contracapa: « Um dos meus escritores favoritos» .     As poucas mais de 700 páginas do livro parecem poucas quando concluímos a sua leitura. No livro seguimos a vida de Philip Carey (considerado alter ego do autor) que fica órfão ainda criança e vai viver com o tio vigário e a mulher. O afecto tímido da tia e o convívio com o tio, arrogante e egocêntrico, empurram-no para uma infância isolada, no meio de livros comprados ao desbarato pelo tio. Frequenta um colégio interno onde sofre com o isolamento e a sua deficiência (tinha um pé boto). Em consequência, embora fosse muito bom aluno, decide abandonar os estudos antes de se poder candidatar à universidade.  Começa por viajar para a Alemanha, para aprender alemão, depois vai estagiar numa firma de contabilidade que abandona, decide tornar-se pintor e viaja para Paris e, finalmente, decide abraçar a profissão do pai e estudar medicina. A vida de Ph

Porque não ler...

Sento-me à lareira, manta sobre os joelhos, costas na almofada, e abro aquele promissor exemplar. Nada dá mais prazer que passar as mãos na capa e abrir as primeiras páginas, ver a textura e cor das folhas, verificar que a letra escolhida tem a forma e tamanho perfeitos. Estão criadas as condições para um belo serão numa realidade distinta da nossa. Porém... Algo nas palavras não bate certo. Estarei preocupada, distraída com alguma coisa? Ups... já li esta linha duas vezes... E o calor que vem da fogueira está a saber-me tão bem. Por algum motivo, os filmes que dão na televisão parecem todos interessantes; já deitada, o sono surge antes da vontade de pegar no livro; os dias passam, mas o marcador não avança. Chega então o dia em que pondero arrumar novamente o livro na estante. Mas algo me impede. Aquele autor é tão bom! Devia tentar avançar um pouco mais no enredo. Sinto o peso dele na mala, todos os dias, prometendo acelerar a viagem pelos transportes públicos. Pego nele.

Abandonar um livro a meio

Podemos abandonar um livro a meio? Trata-se de um direito, como enuncia a lista dos direitos inalianáveis dos leitores? Então porque custa tanto exercê-lo? Pego no livro, leio umas páginas, interrompo a leitura, retomo sem me lembrar do que li e sem vontade de o fazer. Demoro a passar de parágrafo e interrompo a leitura sob qualquer pretexto. O que nos faz gostar de um livro? Há pouco tempo vi um filme em que a protagonista começava por ler as últimas páginas e só se decidia a ler se tivesse gostado do final. Mas conhecer o final é comprometer parte do prazer da leitura. Não gostar de um livro de um autor de que habitualmente se gosta,não gostar de um livro recomendado, premiado e com críticas positivas é bastante mais complicado. É o caso do livro que me tem acompanhado nestes últimos dias (ou serão já semanas?). A minha irmã, que mo ofereceu, disse que se tinha lembrado imediatamente de mim quando ouviu falar do livro. Está muito bem escrito e foi premiado, mas não me prende e n