Descascando a cebola, Gunter Grass (Casa das Letras)
O Pedro Valente ofereceu-me este livro há alguns anos. Iniciei e interrompi a sua leitura algumas vezes. Não sei se tinha a ver com o tema, com a narração, um pouco errática, de quem vai descascando a cebola e encontrando, camada após camada, recordações. A imagem da cebola é interessante pois como diz o autor tem muitas camadas. Só ao descascá-la fala verdade. Cortada, provoca lágrimas . E esta é verdadeiramente a surpresa: a narração não tem tristeza, nem lágrimas. Talvez apenas estupefacção para a forma como o autor, então jovem, conviveu com este período da história alemã, com a guerra dentro e fora das fronteiras e com o regime nazi (" e de questionar o meu comportamento em determinadas situações "). O livro assumido como um acto de exorcismo, ao fim de muitos anos, e que segundo se diz provocou a indignação geral de muitos leitores, é, a meu ver, e enquanto tal, um acto falhado. Não me custa compreender/aceitar que um jovem desta gera