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A mostrar mensagens de junho, 2012

Descascando a cebola, Gunter Grass (Casa das Letras)

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    O Pedro Valente ofereceu-me este livro há alguns anos. Iniciei e interrompi a sua leitura algumas vezes. Não sei se tinha a ver com o tema, com a narração, um pouco errática, de quem vai descascando a cebola e encontrando, camada após camada, recordações.     A imagem da cebola é interessante pois como diz o autor tem muitas camadas.   Só ao descascá-la fala verdade. Cortada, provoca lágrimas .     E esta é verdadeiramente a surpresa: a narração não tem tristeza, nem lágrimas. Talvez apenas estupefacção para a forma como o autor, então jovem, conviveu com este período da história alemã, com a guerra dentro e fora das fronteiras e com o regime nazi (" e de questionar o meu comportamento em determinadas situações ").     O livro assumido como um acto de exorcismo, ao fim de muitos anos, e que segundo se diz provocou a indignação geral de muitos leitores, é, a meu ver, e enquanto tal, um acto falhado.     Não me custa compreender/aceitar que um jovem desta gera

A Sétima Porta, Richard Zimler (Oceanos)

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    Segundo livro de Richard Zimler, também este emprestado pela minha irmã, que o entregou dizendo que tinha gostado imenso de o ler.     Richard Zimler é um óptimo contador de histórias, portanto é inevitável que nos deixemos enredar na vida de Sophie, em Berlim, no período que antecede a 2ª Guerra Mundial e durante esta, depois em Istambul e finalmente no pós-guerra, de regresso a Berlim, destruída pela guerra, à procura de sobreviventes.     Sophie é filha de alemães, ariana e católica. Tem um irmão parado (o que provavelmente designaríamos actualmente de autista) o que contribui para que tenha uma atitude de empatia e compaixão  por todo os perseguidos pelo regime nazi.    O livro inicia-se na actualidade, com um prefácio escrito por um sobrinho de Sophie, a quem esta, próxima da morte, decide narrar a sua história.    Em termos narrativos, penso que seria importante o livro concluir-se com um posfácio que nos devolvesse à actualidade.    Quanto às personagens, penso qu