Caçadores de cabeças, Jo Nesbo (publicações D. Quixote)

    
A Maria João emprestou-me este livro e mal consegui largá-lo até à última página. Não é um policial clássico. Estamos do lado dos maus, mas aparentemente são-o todos ou quase todos, o que leva a reviravoltas absolutamente surpreendentes até ao final do livro, o epílogo.
    Não se trata de crimes passionais ou perpetrados por pessoas desequilibradas. E se o móbil é o dinheiro ou a posição social, também surpreende que os criminosos sejam pessoas bem integradas socialmente e com excelentes níveis de vida. Igualmente surpreendente é a descrição do relacionamento de Roger Brown, o protagonista, e Diana, a sua mulher, que diz a dado momento: "O equilíbrio é crucial. Isso aplica-se a todas as relações boas, harmoniosas. Equilíbrio na culpa, equilíbrio na vergonha e na consciência pesada."
    A ação decorre vertiginosamente e o leitor pensa que acompanhou tudo mas percebe no final que foi ludibriado. A conversa final dos dois - Roger e Diana - é como o remate dos clássicos de Agatha Christie em que Hercule Poirot explica os detalhes do crime e como atuou o criminoso. Confesso que nalgumas partes pensei que o enredo e as provas não passariam no teste das séries policiais americanas a que estamos habituados, mas isso é quase irrelevante na vertigem da história.
    

Comentários

  1. O interrogatório que segue o método "Reid" é muito bom. E útil!

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