O Menino de Cabul, Khaled Hosseini (Editorial Presença)

Khaled Hosseini @ Clube de Leituras Depois de várias tentativas falhadas - e, consequentemente, uma grande ausência no blogue - decidi-me a ler O Menino de Cabul, do mesmo autor de Mil Sóis Resplandecentes. E se gostei do primeiro, quase não tenho palavras para este. Foi um livro que me tocou como há muito não acontecia. É um livro duro, sobre segredos guardados a sete chaves que corroem as vidas dos que os guardam e também as dos que, desconhecendo-os, fazem parte desses segredos. O pano de fundo é a invasão soviética do Afeganistão e domínio talibã que se lhe seguiu.
Amir vive desafogadamente com o seu pai cujo afeto luta por conquistar. Toda a sua infância é marcada por esta necessidade de se provar diante do seu Baba, que não compreende o filho nem se identifica com a sua sensibilidade. O maior amigo de Amir, Hassan, é o seu criado hazara, que vive também apenas com o pai numa cabana anexa à casa grande. O pai de Amir tem um grande carinho por Hassan e pelo seu pai, Ali, com quem, por sua vez, cresceu.
Amir sente um grande ciúme por este interesse do pai em Hassan. Por isso, encontra formas de, nas suas brincadeiras em conjunto, atormentar o amigo. Já Hassan tem por Amir a maior das devoções (Por ti, tudo), provando-o por diversas vezes. Na noite mais importante para Amir, a noite em que apostara tudo para merecer o orgulho de Baba, é confrontado com a derradeira prova de amizade que poderá alguma vez prestar a Hassan - a sua decisão nesse momento determina o curso das suas vidas e dos seus tormentos.
O livro fez-me chorar, fez-me rir e fez-me conhecer um pouco melhor a história do Afeganistão (Quando os talibã avançaram e expulsaram a a Aliança de Cabul, eu posso dizer que dancei nessa rua [...] e, acredita, não estava sozinho). Fora um ou outro momento mais previsível ou menos bem conseguido, posso dizer que este se tornou um dos meus livros prediletos.

[...] perguntei-me se seria assim que o perdão despontava, não com fanfarra e aparato,mas com a dor a reunir os seus pertences, a fazer as malas e a partir sem despedidas, a meio da noite.

***



    SOBRE O FILME

   Por já me terem falado tanto do filme, assim que acabei de ler quis vê-lo. Vi-o acompanhada por quem não conhecia a história e, apesar de estar bastante fiel, ficaram de fora detalhes que, por omissos, tornam o filme mais superficial (e muito menos duro que o livro). Acrescentei a informação em falta e a resposta que obtive foi que sem esses pormenores, a mensagem não tinha sido passada. De qualquer maneira, é um filme bonito. Deixo o trailer, para quem tiver curiosidade:


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