Harry Potter e o Cálice de Fogo, J. K. Rowling (Editorial Presença)

Opinião do livro Harry Potter e o Cálice de Fogo, quarto livro da saga, por J. K. Rowling, no blogue Clube de Leituras
Já ficou claro, creio, que sou fã da saga Harry Potter. Daquelas fãs que cresceram com os livros num momento agora equiparado ao fenómeno Guerra dos Tronos (que, não, não sigo, nem aprecio). Daquelas fãs que aguardavam ansiosamente a publicação do livro seguinte e que o tinham no correio na data de lançamento. E, sim, daquelas fã que, passados 20 anos, continua a gostar de reviver a história.
E não deixa de ser curioso o prazer que continuo a retirar desta saga, agora que já sou adulta. Particularmente porque leio com outra atenção, com foco noutro tipo de detalhes. Em parte, também, porque já sei a história de fundo mas há pormenores que ficam esquecidos, sobretudo se vamos revisitando a história apenas por intermédio dos filmes.
Ainda assim, tive de rever a minha classificação para este livro, no Goodreads. Lembrava-me que o início do livro, já quando o lera pela primeira vez, sei lá há já quanto tempo, não me cativara. Desta vez, a sensação prolongou-se até perto de 1/3 do final do livro - altura em que já não o consegui pousar mais e o devorei em poucos dias.
Talvez por isso mesmo, porque o foco mudou, já não me senti tão envolvida naquele mundo adolescente de Hogwarts que, em particular neste volume está demasiado polvilhado de hormonas. O que eu queria era a evolução da história, a intriga, os enganos e os desenganos. E acabei por ter tudo isso, e o livro não desiludiu... depois das primeiras quase 300 páginas.
No quarto ano de Harry, Hogwarts será palco do famoso Torneio dos Três Feiticeiro - um evento para unir diferentes comunidades mágicas, onde os concorrentes podem mostrar o seu valor. Mas muitas coisas estranhas começam a acontecer: Devoradores da Morte a espalhar terror na Taça Mundial de Quidditch, feiticeiros desaparecidos, mortes misteriosas de muggles, o nome do Harry a sair do Cálice de Fogo, obrigando-o a participar no Torneio sem sequer ter idade para isso, um novo professor de Defesa Contra as Artes Negras que inflige maldições imperdoáveis nos seus alunos... E o receio crescente do regresso do maior feiticeiro negro, que o Ministro da Magia se recusa aceitar.

«Tu estás cego [...] pelo amor ao cargo que ocupas, Cornelius! Dás demasiada importância, e sempre deste, à chamada pureza de sangue! És incapaz de reconhecer que o importante não é aquilo com que uma pessoa nasce mas aquilo em que se torna! O teu Dementor acaba de destruir o último membro de uma família de sangue puro das mais antigas - e vê o que esse homem optou por fazer da sua vida! Ouve o que te digo - toma as medidas que te sugeri, e serás recordado [...] como um dos maiores e mais corajosos Ministros da Magia que já tivemos. Não actues - e as história recordar-te-á como o homem que se pôs de parte, e concedeu a Voldemort uma segunda oportunidade de destruir o mundo que nós tentámos reconstruir!»

O livro que é o ponto de viragem na saga e partir do qual nada será como dantes.


***

Comentários

Os mais lidos

O Sétimo Juramento, Paulina Chiziane (Sociedade Editorial Ndjira)

Niketche, Paulina Chiziane (Caminho)

Os Bem-Aventurados, Luísa Beltrão (Editorial Presença)