A Spot of folly, Ruth Rendell

    Quando estamos assoberbados de trabalho não há nada melhor que ler um policial. Pelo menos para mim e especialmente quando a autora é Ruth Rendell. No caso não se trata de uma história apenas mas de 10 histórias e um quarto de homicídio e caos (Ten and a quarter new tales of murder and Mayhem).
    Como em todas as coletâneas, há contos melhores que outros. Uma referência particular ao primeiro conto que tem apenas quatro linhas e meia e funciona, isto é, é verdadeiramente uma história, até com efeito final de surpresa.
    O livro tem uma introdução interessante, de Sophie Hannah, em que nos fala da importância que os livros da Ruth Rendell tiveram durante os primeiros anos de faculdade. Conta também que numa apresentação que a autora fez falou da importância de agarrar o leitor desde a primeira linha. Como tenho a mania de ler a introdução depois de acabar de o livro respetivo, fui logo reler as primeiras linhas de cada conto, e é inegável que ela respeita esta regra:
Matei a Brenda Goring pelo que suponho seja o menos comum dos motivos ou Não vão acreditar nisto, mas na segunda-feira passada tentei matar a minha mulher ou 
A primeira vez que Polly roubou alguma coisa tinha oito anos de idade
    Não esgota a fórmula na primeira linha, bem pelo contrário, obrigando o leitor a prosseguir a leitura até ao desenlace.
    Nos seus contos utiliza personagens estranhas cujos comportamentos não antecipamos, nem compreendemos, nem sequer simpatizamos. Não estamos do lado dos bons ou dos maus porque não sabemos quem são uns e outros ou porque rapidamente um se pode transformar no outro.

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