O que lemos em 2020

 


    Surpreendentemente, a pandemia que nos fechou em casa, e que poderia ter proporcionado mais tempo para a leitura, teve o efeito contrário. Em 2020 lemos menos livros, como se a interrupção das nossas vidas não criasse o espaço necessário para preencher com a leitura. Mas os livros que lemos compensaram-nos das viagens que não pudemos fazer, passámos do Chile à Rússia, do Canadá a França, do Egito à China, passando pela Guatemala e por outros países e continentes. Como habitualmente, os escritores que mais lemos foram os de língua portuguesa. Descobrimos novos e redescobrimos antigos autores. Os menos livros que lemos em 2020, na sua maioria, deslumbraram-nos com as histórias, com as palavras e até, nalguns casos, com os conselhos que nos davam.

    E como é dito, a dada altura no extraordinário livro de Martha Batalha “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão”: 

    Afundava a cara nos livros e se perdia em histórias. Quando levantava a cabeça achava tudo muito horrível, e sumia de novo, dentro de um livro qualquer.

    Apesar de esperarmos melhores tempos, podemos sempre sumir-nos dentro de um livro qualquer.

    Feliz 2021 cheio de livros e leituras!

Comentários

  1. 2020 foi ano atípico em tantas dimensões... Apesar de confinados, não faltaram projetos para preencher (talvez demais) os dias. Com isso, a leitura foi sendo adiada. Talvez a frase escolhida pela minha mãe seja uma boa forma de descrever: não achando tudo muito horrível à minha volta, não quis sumir-me no livros.

    Durante todo o ano, as histórias - boas, más, felizes ou infelizes - foram acontecendo à minha volta, mas mais ainda, a mim. Este ano já começou diferente, quando descobri que ia ser mãe e, felizmente, posso dizer que foi um ano que o que mais me trouxe foi alegria, novidade e aventura. Mas agora, estou com saudades de me afundar em páginas. Continuo a não querer sumir-me, mas tenho saudades de "viajar".

    Que 2021 venha com mais aventuras, na vida e na ficção!

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