As Ondas, Virginia Woolf (Relógio D'Água)

Acabei de ler As Ondas. Não me vou perder na sua classificação, se se trata de um romance, de novela, de teatro, de prosa ou de poesia. Acho que é um pouco de tudo. Não sei quanto tempo Virginia Woolf levou a escrevê-lo, mas imagino que tenha sido uma escrita lenta, pausada, feita e desfeita. E a leitura também tem de ser deste modo, demorada, como se mastigássemos as palavras, ou antes, as ruminássemos. Porque não sendo uma leitura fácil, não conseguimos deixar de nos encantar com as palavras e de nos identificar em muitas passagens. De sentir que foi mesmo assim que nos sentimos ou que também pensámos isso ou vivemos aquilo. Não tem capítulos, mas, como se tudo decorresse num dia ou ao longo de uma vida, há nove separadores com letra em itálico que descrevem o percurso do sol, a luz do dia: O sol ainda não nascera. O sol ergueu-se mais ainda. O sol ergueu-se. O sol já não repousava sobre o manto de águas verdes. O sol atingira o ponto mais al...