Combats et métamorphoses d'une femme e Qui a tué mon père, Édouard Louis

Entrei fora de horas, numa livraria, em S. Martinho do Porto. Ia sem objetivo certo, a fazer tempo numa noite de verão pouco estrelada e muito ventosa. Numas prateleiras, perto da caixa, encontrei vários livros deste autor, Édouard Louis, de que nunca tinha ouvido falar. Falo em conjunto dos dois livros porque me parecem quase a continuação um do outro. São pequenas edições, em formato de livro de bolso. Li primeiro o Combats et métamorphoses d'une femme - que se encontra traduzido para português por uma editora brasileira -. Num estilo que lembra o de Annie Ernaux, começa com a descrição de uma fotografia da mãe, de quando tinha vinte anos, e é essa imagem dela, ainda jovem, sedutora, que o faz pensar que ela já teria sido livre, antes do seu nascimento, e o faz perceber que os vinte anos que a mãe viveu com o marido, uma relação marcada pela violência, não era natural. Relata depois vários episódios, fazendo um mosaico da vida familiar e ...