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Maria Stuart, Stefan Zweig (Aletheia Editores)

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        O Diogo acerta sempre nos livros que me oferece. Não sei se optou por este pelo autor ou pela biografada, mas qualquer que tenha sido o motivo, acertou pois adorei lê-lo. Conhecia mal a vida de Maria Stuart e o pouco que conhecia era a relação com Isabel e a sua trágica morte. O livro dá uma dimensão a Maria Stuart que não nos deixa indiferentes. Aliás, o livro transmite a sensação que Stefan Zweig desenvolveu uma forte empatia com a biografada  e, no confronto que esta manteve com Isabel, uma clara opção pela figura derrotada, inevitavelmente trágica mas que a história tem relegado para um plano secundário.  Várias passagens nos dão esta perspetiva:      A vitória de Isabel foi o triunfo da vontade da História, que caminha sempre em frente, que atira para trás de si, como cascas vazias, as formas fora de moda e tenta criar outras sempre novas. A vida de Isabel personifica a energia duma nação que quer conquistar...

Mendel dos livros, Stefan Zweig (Assírio & Alvim)

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    Começo por falar nesta edição da Assírio & Alvim. O livro é precedido de uma apresentação de Álvaro Gonçalves e de uma cronologia biográfica. Lê-lo, depois da leitura destes textos, faz toda a diferença. Só pela sua leitura sei que a história de Mendel dos livros é de 1929, o que o transforma numa escrita quase profética do que viria a acontecer, ao mundo (particularmente à Europa) e a ele próprio.     Mas a força do livro reside na personagem de Mendel, uma metáfora do mundo civilizado e culto, que vive para os livros ( à exceção dos livros, este homem estranho não sabia nada do mundo (...) e que é destruído pela campo de concentração onde é detido durante dois anos e depois pelas alterações havidas no café onde permanecia habitualmente e pela sua incapacidade de se adaptar aos novos tempos.      O livro é sobretudo uma reflexão poderosa sobre a memória, como funciona, e o que fica de nós ( Para que vivemos se o vento atrás ...

Novela de xadrez, Stefan Zweig (Assírio e Alvim)

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     Gostei muito desta novela que o Diogo me ofereceu e de que nunca tinha ouvido falar. A ação principal decorre num navio a vapor que parte de Nova Iorque com destino a Buenos Aires. Nele segue o campeão do mundo de xadrez, mas também um desconhecido que, por força do isolamento causado por um longo período em que esteve prisioneiro da Gestapo, domina as técnicas deste jogo. São duas pessoal abissalmente distintas e a viagem ao passado de cada um, à forma como aprenderam a jogar, demonstra as diferentes raízes de cada um e, ao mesmo tempo, leva-nos até aos primeiros anos de Hitler no poder.     Um retrato deste período distinto do habitual, já que encontramos pessoas detidas num hotel e não em campos de concentração: No campo de concentração talvez tivéssemos de carregar pedras até que as mãos sangrassem e os pés ficassem congelados nos sapatos, seríamos ensardinhados com duas dúzias de pessoas no meio de fedor e frio. Mas poderíamos olhar pa...