A Lebre de Vatanen, Arto Paasilinna (Relógio d'Água)
A Lebre de Vatanen foi mais uma prenda de anos. A sorte que tenho de receber livros escolhidos por familiares ou amigos que já os leram e de através deles conhecer novos autores, novos mundos. No caso de A Lebre de Vatanen senti-me verdadeiramente a entrar num mundo distante do nosso, porventura mais distante daquele que nos é descrito em livros de autores africanos ou sul-americanos, a começar nas paisagens e costumes e a acabar nos nomes de regiões ou cidades: «Ele olhava para as casas, para os carros, procurava reconhecer o local. Seria Vallila? Katajanokka? Em todo o caso, não era Kruununhaka. Chegaram a um rio....Porvoo?» Como consta na contracapa, Vatanen é jornalista em Helsínquia. Num final de tarde de junho regressava de um trabalho com um colega fotógrafo. Os dois tinham à volta de 40 anos e sentiam-se infelizes: «Casados, enganados, desiludidos, ambos tinham um princípio de úlcera no estômago e outras preocupações quotidianas.» É então que atrop