A noite mais sangrenta, João Miguel Almeida (Manuscrito Editora)

Conheço mal a história da primeira República, embora a ache fascinante, sobretudo pelo que se avançou em vários domínios políticos e sociais, deixando outros esquecidos e, como, em tão pouco tempo, o regime entrou em convulsão e evoluiu para um regime autoritário. No campo das mulheres, como esquecer a avançadíssima lei do divórcio ou a possibilidade de as mulheres exercerem desde 1918 a “profissão de advogado, ajudante de notário e ajudante de conservador “(sic), reconhecendo-se, contudo, nesse mesmo diploma, a impossibilidade de atribuir às mulheres o direito de voto, como acontecia nas designadas “adiantadas sociedades anglo-saxónicas”, sem que se desse qualquer explicação para esta impossibilidade. Mas a instabilidade política foi a marca dominante da primeira República: em menos de 16 anos foram empossados 39 governos e 8 presidentes da República. A noite mais sangrenta...