Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2010

As Esquinas do Tempo, Rosa Lobato de Faria (Porto Editora)

Imagem
    Ainda não me decidi acerca do que achei deste livro. Foi, sem dúvida, um livro que em agarrou. Mesmo em época de exames, bastaram-me dois dias para o ler de fio a pavio. A história é, sem dúvida criativa e a escrita inteligente. Seguimos o percurso de Margarida Saldanha, uma professora de matemática que, quando convidada para um conferência no Norte,tropeça inesperadamente na Esquinas do Tempo, voltando cem anos atrás e tomando o lugar da sua Bisavó Margarida. É recorrente o paralelismo dos diferentes momentos que seguem no livro, com aquele que já havia lido no livro A Trança de Inês. Apesar de ser uma ideia gira, perde por ser repetida. As histórias de amor que se nos deparam são verdadeiramente arrebatadoras e, no entando, o enredo desenrola-se demasiado rápido e quando dei por mim a fechar o livro, apercebi-me que parte dos mistérios de família que começaram a ser desvelados não foram concluídos. Gostei do livro, sim, mas penso que tem muitas ideias que carecem de desenvolvi

"O amor não espera à porta" Marisa de los Santos (Oficina do Livro)

Há várias razões para comprarmos um livro: leitura de críticas, indicação de quem já o leu, a capa, o resumo que muitas vezes podemos ler na contracapa... Foi uma mistura de algumas destas razões que me levaram a impulsivamente comprar este livro e lê-lo: A capa é bonita e o resumo da história interessante. também contribuiu a indicação de que a autora acompanhava a história de excertos de filmes clássicos que nos sentiríamos tentadas a ver. Mas o livro é decepcionante. É um livro filme, isto é, provavelmente, em breve dará origem a um filme que adoraremos ver numa tarde de Inverno. Aprendi uma coisa que já sabia: não devemos levar a sério as críticas elogiosas publicadas em jornais. Aprendi isto quando fui à inauguração de uma exposição colectiva em que participava uma amiga e que acompanhava a nota biográfica de uma crítica publicada num jornal espanhol. Perante a minha surpresa pela sua internacionalização, o riso dela desvendou o segredo. Não havia crítico nem crítica...mas ningu

Mafalda Veiga

Fico fascinada por algumas letras de canções, em particular quando fogem às rimas e aos temas comuns. Hoje, ao ouvir uma música de Mafalda Veiga, cantada em conjunto com Tiago Bettencourt, fiquei deslumbrada, primeiro pela interpretação e depois pela letra. Eu gostava de a ter escrito e portanto vou roubar algumas frases: Pedes-me um tempo, Para balanço de vida. Mas eu sou de letras, não me sei dividir. Para mim um balanço É mesmo balançar, balançar até dar balanço e sair... Pedes-me um sonho, para fazer de chão. Mas eu desses não tenho, só dos de voar. (...) Pedes o mundo dentro de mãos fechadas e o que cabe é pouco mas é tudo o que tens. Esqueces que às vezes, quando falha o chão, o salto é sem rede e tens de abrir as mãos. Pedes-me um sonho Para juntar os pedaços mas nem tudo o que se parte se volta a colar. (...) Ler é bom mas ouvi-la é ainda melhor. E é verdade, eu que sou de letras não me sei dividir....

O Regresso, Bernhard Schlink (Edições Asa)

Imagem
    Gosto de Schlink por trazer para as páginas dos seus livros questões do direito, o que não é muito comum. Neste caso não acompanhamos julgamentos mas a vida de um jovem pós 2ª Guerra Mundial que vive com a mãe e que passa as férias com os avós paternos. É com os avós que contacta com uma forma de romance comum na época, com relatos de regressos a casa, em regra, de soldados. Na infância leu um destes romances incompletos (pois os avós davam-lhe as provas para usar como folhas de rascunho) e em adulto, por coincidência, encontra mais algumas páginas desse mesmo romance. Inicia então uma busca pelos protagonistas desse romance que o conduz à procura e descoberta do pai. Tudo isto o obriga a uma viagem interior, ao confronto com a realidade que a mãe lhe criara e, porventura, à descoberta que muitas vezes sabermos a verdade não nos redime ou ajuda sequer....     Todo este percurso é acompanhado por uma história de amor pouco convencional, que se inicia através das suas pesquisas

Os Olhos de Ana Marta, de Alice Vieira (Caminho)

Imagem
    Há livros que marcam a nossa infância. Quando penso nesses livros, há talvez dois ou três de cujos títulos e capas e até sentimentos, me lembro. "Os olhos de Ana Marta" é um desses livros. Já não sei que idade tinha quando o li, mas lembro-me que adorei, que era profundo e marcante. Mesmo na altura fiquei surpreendida porque tinha uma certa dificuldade em entrar no registo da Alice Vieira. Nas últimas semanas fiquei mais curiosa com o tema do livro, porque embora me lembrasse que me tinha dito muito, não me lembrava do enredo. Porém, tinha também algum receio de me desapontar.      Enganei-me!    Peguei no livro e li-o de um só fôlego. Não o consegui largar. Descrito pela voz de uma criança que luta por compreender o estranho mundo que é a casa dela, entre as histórias da ama e a indiferença dos pais, até o descortinar de uma verdade fechada a sete chaves atrás de uma das muitas portas trancadas.     Apesar de ser um livros para crianças, aconselho aos adultos.