O Véu Pintado, Somerset Maugham

Começa com a frase:
«...esse véu pintado a que os que vivem chamam Vida.»
Para mim, a passagem que se segue ilustra o título do livro:
«Estas cenas plenas de cor e harmonia, inesperada excelência e profunda estranheza, eram como um pano de arrás diante do qual, em formas misteriosas e sombrias, brincavam os fantasmas criados pela fantasia de Kitty. (...) A Kitty parecia-lhe incrível (...) que ela e Walter tivessem participado nesta dança tão estranha e irreal e, ainda por cima, desempenhando papéis de relevo. (...) Seria uma brincadeira? Talvez tudo não passasse de um sonho do qual ela acordaria de repente com um suspiro de alívio. Tudo parecia ter acontecido há muito tempo e num lugar muito distante. Era curioso como os participantes desta pantomima se delineavam sombrios contra o pano de fundo ensolarado da vida real. E agora parecia-lhe uma história que ela andasse a ler; era algo surpreendente que parecesse preocupá-la tão pouco.»
***
Vi o filme e li o livro. Por esta ordem e não sei dizer de qual gostei mais. Raramente isto acontece.A maioria das vezes a adaptação de um livro ao cinema desmerece-o. Os diálogos não compensam os monólogos, as personagens desapontam-nos e as paisagens ficam aquém do que imaginámos quando lemos. Se se limita a seguir a história tal como escrita, nada acrescenta, se diverge da história, em regra, desilude. Neste caso, o livro e o filme são ambos deslumbrantes.A história é envolvente, as personagens arrastam-nos e comovem-nos. A relação entre ambos - com dois fins - comove-nos. (http://www.youtube.com/watch?v=a4OSRC_IKSE)
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