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A mostrar mensagens de janeiro, 2014

Novela de xadrez, Stefan Zweig (Assírio e Alvim)

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     Gostei muito desta novela que o Diogo me ofereceu e de que nunca tinha ouvido falar. A ação principal decorre num navio a vapor que parte de Nova Iorque com destino a Buenos Aires. Nele segue o campeão do mundo de xadrez, mas também um desconhecido que, por força do isolamento causado por um longo período em que esteve prisioneiro da Gestapo, domina as técnicas deste jogo. São duas pessoal abissalmente distintas e a viagem ao passado de cada um, à forma como aprenderam a jogar, demonstra as diferentes raízes de cada um e, ao mesmo tempo, leva-nos até aos primeiros anos de Hitler no poder.     Um retrato deste período distinto do habitual, já que encontramos pessoas detidas num hotel e não em campos de concentração: No campo de concentração talvez tivéssemos de carregar pedras até que as mãos sangrassem e os pés ficassem congelados nos sapatos, seríamos ensardinhados com duas dúzias de pessoas no meio de fedor e frio. Mas poderíamos olhar para rostos, para um campo, um carri

Os livros do final da tua vida, Will Schwalbe (Clube do Autor)

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         Talvez não fosse a melhor altura do ano (ou da minha vida) para ler este livro, mas cada vez que passava por uma livraria terminava por folheá-lo e, em pé, no meio das compras de natal, já tinha lido o primeiro capítulo "Rumo a um lugar seguro". Will Schwalbe, o autor, acompanha a mãe nos seus últimos tempos de vida, depois de lhe ter sido diagnosticado cancro no pâncreas. Sabem que irão ter longos períodos de espera e de tratamentos em hospitais e iniciam um clube de leitura.      Como refere logo na primeira página, a pergunta "Que estás a ler?" é uma pergunta curiosa nos dias de hoje. As pessoas perguntam mais frequentemente que "filmes tens visto" ou "que férias estás a planear", contudo, prossegue, é uma pergunta que ele e a mãe se colocam desde sempre.     Talvez tenha sido este o ponto que me cativou. Também é uma pergunta que faço à minha mãe - ou se não a faço é porque vejo o livro pousado e com a marca ao pé do sofá dela

Vendidas!, Zana Muhsen (Edições ASA)

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    Vendidas! é um relato verídico, contad na primeira pessoa, sobre duas irmãs britânicas - Zana e Nadia - que, pensando ir de férias ao Iémen, cidade natal do pai, se apercebem que este as vendeu e que estão casadas. Zana, a mais velha - e quem narra a história - vai duas semanas mais cedo mas não consegue avisar a irmã e a mãe para impedir a viagem a Nadia.      A narrativa é impressionante. A viagem deu-se em 1980. São levadas para aldeias vizinhas, mas perdidas no tempo e no espaço, no meio de um deserto árido, apenas com as montanhas e os animais selvagens como companhia. As casas não têm eletricidade, água potável ou canalizada, nem sanitários - as casas de banho cingem-se a um buraco no chão.      Zana bate-se o mais possível para não ceder àquela situação, mas acaba forçada, pela forç,a a deitar-se com o seu marido, descrito como um rapazinho enfezado e doente, para que lhe faça um filho. É maltratada pelo sogro, que teme, e pela sogra, e despreza simplesmente o marido