Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley (Editora Livros do Brasil)

    Publicado pela primeira vez em 1932, o Admirável Novo Mundo retrata uma sociedade futurista cujo único princípio fundamental é a felicidade. Nesta sociedade, não se conhecem os conceitos de mãe, pai, família, Deus ou amor. 
    Cada invíduo foi um bebé-proveta e, de acordo com a a posição que ocupará na sociedade, assim é adequadamente condicionado, quer genética, quer psicologicamente, não só para se adequar ao seu lugar, como para ser feliz nele. 

    E é aí (...) que está o segredo da felicidade e da virtude: gostar daquilo que se é obrigado a fazer. Tal é o fim de todo o condicionamento: fazer as pessoas apreciar o destino social a que não podem escapar.

  Nesta sociedade, é fomentado o convívio constante e desencorajada a monogamia; é a sociedade do soma, uma substância química que permite aplacar quaisquer princípios de um qualquer sentimento mais violento - tristeza, paixão, solidão, medo...- e toda a gente vive feliz e conformada.

    O mundo é estável, agora. As pessoas são felizes, conseguem o que querem e nunca querem aquilo que não podem obter. Sentem-se bem, estão em segurança, nunca estão doentes, não receiam a morte, vivem numa serena ignorância da paixão e da velhice, não são sobrecarregadas com pais e mães, não têm mulheres, nem filhos, nem amantes, pelos quais poderiam sofrer emoções violentas, etão de tal modo condicionados que, praticamente, não podem deixar de se comportar como devem.

   E se alguma vez, por qualquer infelicidade, acontece, por esta ou aquela razão, algo de desagradável, pois bem, há sempre o soma para perimitir uma fuga da realidade, há sempre o soma para acalmar a cólera, para fazer a reconciliação com os inimigos, para dar paciência e para ajudar a suportar os dissabores.

    Claro que existem alguns incoformados, que quetionam o mundo em que vivem - e que são convenientemente enviados para ilhas afastadas da sociedade. Mas nenhum deles abala tanto este Admirável Mundo, como um Selvagem, nascido numa das poucas regiões não civilizadas, que procura conhecer o mundo onde a sua mãe nascera...

    Confesso que esperava mais do livro; senti que havia muito a explorar ainda, e que é um livro incompleto, e por isso fiquei um pouco desapontada. Bem sei que foi escrito há mais de oitenta anos, e por isso se perdoam algumas falhas do foro científico em aspetos ainda desconhecidos na época. No entanto não consigo deixar de achar piada ao facto de uma sociedade tão evoluída ainda precisar de recorrar a cabinas telefónicas.... mas os telemóveis era algum impensável!

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Comentários

  1. Li-o quando era adolescente e adorei o livro.

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    1. Descobri há uns tempos uma marca de livros onde anotava os que ia lendo no ano 2007, e apercebi-me que já tinha tentado ler o livro (também na minha adolescência) e não tinha gostado. Este ano quis lê-lo no seguimento de um trabalho de Bioética que fiz - em que passagens do livro eram referenciadas. Desta vez li-o, mas como disse no "post" achei que faltava qualquer coisa...

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