A cor do hibisco, Chimamanda Ngozi Adichie (ASA)
A autora, Chimamanda Ngozi Adichie, tem esta rara qualidade de nos arrastar nas primeiras páginas dos seus livros para o universo que descreve. Começamos a ler "A cor do hibisco" e estamos na Nigéria, somos Kambili ou Jaja o seu irmão. Sentimos o calor insuportável, a chuva e os cheiros da terra. Sofremos com Kambili e Jaja o horror de ter um pai que exige o máximo dos filhos e os agride quando não conseguem atingir as suas expectativas, bastando não ser o melhor aluno da classe para os torturar, cortando dedos ou queimando os pés. Agride a mulher violentamente e ela convive com a situação de forma ambígua porque tem medo mas, simultaneamente, sente-se agradecida por ele nunca a ter deixado ou decidido ter outras mulheres que lhe dêem mais filhos. Ao mesmo tempo, este pai é um herói que ajuda pessoas, financia os estudos de centenas de crianças, dá donativos a diversas instituições e é dono de um jornal que denuncia a situação que se vive no país, recusando ced