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A mostrar mensagens de junho, 2015

A Balada de Adam Henry, Ian Mc Ewan (Gradiva)

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      A Balada de Adam Henry reconciliou-me com Ian McEwan, depois da leitura impaciente (e penso que incompleta) de Solar . Reconheço, contudo, que Ian McEwan é um autor consistente e um exímio contador de histórias, que não se limita a contá-las, mas nos faz mergulhar no ambiente envolvente em que o que importa são as personagens, na sua totalidade e na complexidade das suas vidas.      A Balada de Adam Henry aborda o dilema de uma juíza chamada a decidir o caso de um jovem de 17 anos, Testemunha de Jeová, que padece de uma doença grave. Os médicos consideram indispensável que receba transfusões sanguíneas, o que é recusado pelos pais e pelo próprio. Mas embora o jovem dê o nome ao livro - e a balada que compõe - o livro centra-se na juíza, na sua vida pessoal e profissional e no balanço que faz quando confrontada com o desmoronar do seu casamento. A vertigem profissional mitiga o falhanço da sua vida pessoal que sente de uma maneira muito violenta porque coincide com a perceçã

A História do Amor, Nicole Krauss (Publicações Dom Quixote)

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    Andava eu a "vaguear" pelo "Goodreads" quando me deparei com este livro. Como é meu hábito, li o resumo, que me interessou bastante: Leo Gursky comunica com o vizinho para irem sabendo se o outro está vivo; mas há sessenta anos, apaixonara-se e escrevera um único livro, que julga perdido - "A história do amor". Mas não só o livro não se perdeu, como atravessou o mundo e gerações, servindo inclusivamente de inspiração para o nome de uma rapariga americana - Alma.     Julguei lembrar-me de já ter visto o livro lá por casa, e até durante bastante tempo na estante giratória da sala. Encontrei-o uns tempos mais tarde, no sótão e, quando li o resumo, reconheci a história que me tinha interessado e comecei a lê-lo.     Enquanto Leo se vai interrogando sobre como será a sua morte, e vai procurando gerir a dor da morte do filho que nunca soube da sua existência (" talvez seja esse o significado de ser pai - ensinarmos os nossos filhos a viver sem nó

A ridícula ideia de não voltar a ver-te, Rosa Montero (Porto Editora)

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    Comecei a ler este livro que estava na pilha dos livros por ler, em cima de um pequeno baú no meu quarto, para ver se poderia ajudar um amigo a passar por um período muito difícil da sua vida. Mas este não é um livro sobre a morte , como a autora nos diz , embora e inevitavelmente reflicta sobre a morte, em especial a morte da pessoa com quem partilhamos a vida. A ridícula ideia de não voltar a ver-te resultou da proposta da editora para que Rosa escrevesse um prólogo para a edição do diário que Marie Curie escreveu quando perdeu o marido, Pierre.      Rosa tinha passado pelo mesmo e não queria continuar a escrever o livro que tinha entre mãos, não se tratava de um bloqueio mas de falta de sintonia, como ela reconhece. Mas, como diz logo no início, A verdadeira dor é indizível. Se conseguimos falar do que nos angustia estamos com sorte: significa que não é assim tão importante. Porque quando a dor cai sobre nós sem paliativo, a primeira coisa que nos arranca é a #Palavr

O traficante de armas, Hugh Laurie (Caderno, Leya)

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    O autor de "O traficante de armas", Hugh Laurie, é o famoso ator que deu vida ao Dr. House, da série televisiva homónima. Quando me falaram do livro, enalteceram o humor irónico tão caraterístico do ator/autor que nos leva a reconhecê-lo ao longo das páginas (escritas na primeira pessoa), pese embora não tenha qualquer relação com a série nem com medicina.     Thomas Lang é um ex-militar que é abordado por um desconhecido que quer contratar os seus serviços como assassino. Escandalizado e preocupado, Lang não só recusa, como tenta avisar a vítima. Vê-se então enredado numa teia de conspirações, envolvendo o tráfico de armas, da qual não tem como sair, sobretudo porque se apaixona pela filha da vítima.     Estive no hospital durante sete refeições, não sei bem a quanto tempo isso corresponde. Vi televisão, tomei analgésicos, tentei fazer todas as palavras cruzadas incompletas nos últimos números da Woman's Own . E fiz muitas perguntas a mim próprio.     Para