A Balada de Adam Henry, Ian Mc Ewan (Gradiva)
A Balada de Adam Henry reconciliou-me com Ian McEwan, depois da leitura impaciente (e penso que incompleta) de Solar . Reconheço, contudo, que Ian McEwan é um autor consistente e um exímio contador de histórias, que não se limita a contá-las, mas nos faz mergulhar no ambiente envolvente em que o que importa são as personagens, na sua totalidade e na complexidade das suas vidas. A Balada de Adam Henry aborda o dilema de uma juíza chamada a decidir o caso de um jovem de 17 anos, Testemunha de Jeová, que padece de uma doença grave. Os médicos consideram indispensável que receba transfusões sanguíneas, o que é recusado pelos pais e pelo próprio. Mas embora o jovem dê o nome ao livro - e a balada que compõe - o livro centra-se na juíza, na sua vida pessoal e profissional e no balanço que faz quando confrontada com o desmoronar do seu casamento. A vertigem profissional mitiga o falhanço da sua vida pessoal que sente de uma maneira muito violenta porque coincide com a perceçã