Harry Potter e a Câmara dos Segredos, J. K. Rowling (Editorial Presença)

    A primeira vez que li Harry Potter e a Câmara dos Segredos tinha dez e tinha sido recentemente operada ao apêndice. Na altura, o feiticeiro ainda não era famoso e eu nem sabia da existência de um primeiro volume, Harry Potter e a Pedra Filosofal. Já nessa altura fiquei agarrada, mas lembro-me de ter achado o livro tenebroso, que me fez acender a luz a meio da noite várias vezes, para me assegurar de que não havia aranhas nem cobras a passear debaixo da minha cama. E confesso que entre as várias releituras, este costumava ser, para mim, o parente pobre da saga. Dezanove anos passados dessa primeira leitura, foi com um prazer imenso que reli este livro.
    O mote, como no caso do primeiro, foi a visualização do filme - um objetivo para este ano: revisitar a história do meu companheiro de adolescência, Harry Potter. Mais uma vez, o filme é uma ténue sombra do livro, que, riquíssimo em detalhes, me encantou uma vez mais. Podendo argumentar-se que não se gosta do estilo ou da temática, é inegável a mestria com que J. K. Rowling conta histórias. Os acontecimentos sucedem-se vertiginosamente mas sem que isso prejudique seja de que forma for a complexidade das personagens e da trama, tanto do enredo específico deste segundo ano do feiticeiro em Hogwarts como do enredo alargado. E é muito interessante reconhecer pormenores que escapam nas primeiras leituras quando não se tem a visão completa da história e que em nada contradizem o que vem à frente - muito pelo contrário, são já "pistas" para esses desenvolvimentos.
    Com 12 anos, Harry regressa, com os seus amigos, à Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts. Mas não poderia ter tido um início mais turbulento. Depois de uma visita de um elfo doméstico em casa dos seus tios, de uma notificação de infração do código que impede a utilização de magia fora do período de aulas, e de, juntamente com Ron, o melhor amigo, perder o comboio para a escola, Harry inicia o ano com um castigo. Mas as verdadeiras provações ainda estão para vir. Harry começa a ouvir uma voz que mais ninguém ouve, a passar pelas paredes, sedenta de sangue e morte. E é então que começam os ataques. Gatos, alunos e fantasmas aparecem petrificados e nas paredes começam a ler-se mensagens que informam que a Câmara dos Segredos foi reaberta e que os inimigos do do Herdeiro de Salazar Slytherin e os impuros de sangue não escaparão impunes.
    Com a sua propensão para se meter em sarilhos, juntamente com os amigos, Ron e Hermione, Harry dá por si muito mais envolvido nestes ataques, sobretudo quando a escola toda começa a suspeitar ser ele quem está por trás dos mesmos. Quem está a causar os ataques? Onde fica a Câmara dos Segredos e que terror esconde no seu interior? Será Harry o Herdeiro de Slytherin?
    Para miúdos e graúdos, sem dúvida, o livro é para devorar em poucos dias.

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