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Berta Isla, Javier Marías (Alfaguara)

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    Andava cheia de vontade de ler este livro, mesmo antes do Diogo mo oferecer. Mais uma vez ele acertou em cheio. Era a capa - lindíssima - e o resumo na contracapa que me atraíam:     « Berta Isla é a história de uma mulher que espera e se transforma. A história de um amor imperfeito, como o são todos.»     E se o início não desmereceu a expetativa, confesso que a meio do livro fui arrastando a leitura, até aos últimos capítulos que, de novo, me entusiasmaram, mas aqui mais pela história que pela escrita.     É  uma versão dos tempos modernos do Coronel Chabert do Balzac, livro que, curiosamente, ele também refere em Os enamoramentos . Mas em Berta Isla, ao contrário de outras adaptações, a maior parte do livro é dedicado ao período que antecede o regresso, ou seja, ao período do afastamento, da dúvida, do desconhecimento do destino do outro.     A sensação que tive é que a escrita é muito mais interessa...

Coração tão branco, Javier Marías (Alfaguara)

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    Já não me recordo onde li o resumo do livro que aparece na contracapa:     Durante um almoço de família, Teresa, acabada de regressar de lua-de-mel, vai à casa de banho, olha-se ao espelho, desabotoa a blusa e mata-se com um tiro no coração. Muitos anos depois, este segredo continua a fascinar Juan, cujo pai foi casado com Teresa antes de casar com sua mãe. (...) mas depois de o ler apeteceu-me sentar e começar a ler o livro de seguida. Para mais, o fascínio de Os enamoramentos, do mesmo autor, permanece ainda presente na minha memória.     Demorei algum tempo a encontrar o livro, mas, quando o adquiri, interrompi o que estava a ler (e o que estava a fazer, sempre que era possível) para o ler.     Embora o livro se inicie justamente com a morte da Teresa, não se reduz a esse drama e às suas causas, mas antes à perceção de Juan desse facto e da necessidade de saber a verdade na sequência do seu próprio casamento. ...

Os enamoramentos, Javier Marías (Editora Objectiva)

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   Queria um livro pelo qual me apaixonasse e ao ver Os enamoramentos , não resisti. Não sei se a culpa foi da capa ou do resumo do livro na contracapa... Trouxe-o para casa e imediatamente destronou todos os outros que aguardam pacientemente para ser lidos na minha mesinha de cabeceira. Enamorei-me perdidamente pela história, pelas personagens femininas, pela escrita. Bastou o primeiro parágrafo: A última vez que vi Miguel Desvern ou Deverne foi também a última vez que a mulher, Luísa, o viu, o que não deixou de ser esquisito e porventura injusto, visto que ela era isso mesmo, sua mulher, e eu, em contrapartida, era uma desconhecida e nunca tinha trocado uma palavra com ele .    Não vou contar a história porque não quero tirar o prazer de a descobrir através da sua leitura. Por isso só posso dizer que é um livro sobre a vida, o luto, a morte e a irreversibilidade da morte. E sobre a forma como a sofremos e como refazemos a vida e nos refazemos, não admitindo o re...