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As Três Últimas Novelas, Thomas Mann (Livros do Brasil)

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    Três novelas de Thomas Mann, cuja leitura é sempre um prazer. Confesso que várias vezes dei por mim a rir enquanto lia a primeira novela As cabeças trocadas .      Ao contrário do que se passa com as outras duas novelas, esta tem um subtítulo, Uma lenda indiana . Não conheço a lenda original, nem sei se a novela corresponde integralmente à lenda, mas o autor teve necessidade de explicar partes que ele próprio deve ter achado pouco exequíveis, como o suicídio por decapitação, e fá-lo em diálogo com o leitor:    « Dito e feito – narrado sem demoras e executado rapidamente também. E, contudo, o narrador acalenta apenas um e só desejo: que o leitor não tome as suas palavras com indiferença irrefletida e não considere o narrado como algo habitual e natural, somente porque surge em tantas narrativas e nelas parece ser usual que as pessoas cortem a sua própria cabeça. O caso particular nunca é vulgar: não há nada mais vulgar na nossa ideia e linguag...

Morte em Veneza, Thomas Mann (Colecção Mil Folhas)

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   Interrompi a leitura do Doutor Jivago, para ler Morte em Veneza. Comecei a leitura convencida que conhecia a história mas não podia estar mais distante.    Aschenbach, o protagonista é um escritor alemão, de meia idade, disciplinado na sua vida e atividade e reconhecido pela obra já publicada.    Num passeio que faz durante um dia de Primavvera, encontra um homem, um viajante, que desperta nele uma vontade imensa de viajar - Não era mais do que um grande desejo de viajar; mas surgia assim, num acesso repentino, e crescia nele até à paixão, até à alucinação .    Decide partir para Veneza. Lá instalado, descobre um jovem polaco lindíssimo por quem se sente irremediavelmente atraído ( e agora, que se encontrava de perfil para o observador, este de novo se tomou de espanto, quase pavor, perante a beleza verdadeiramente divinal daquela jovem criatura humana.)    Esta atração leva-o a procurar rejuvenescer, pintando o cabelo e trat...

Os Buddenbrook, Thomas Mann (D. Quixote)

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    No posfácio da edição portuguesa, Gilda Lopes Encarnação, que traduziu o livro e assina o posfácio, pergunta “ Que razões poderão levar um leitor do século XXI a interessar-se por os Buddenbrook, cento e dez anos decorridos sobre a data da sua primeira publicação? Que razões poderão levar um leitor português a interessar-se pela história de uma família burguesa do Norte da Alemanha, pela ascensão e declínio de uma casa comercial fundada numa antiga cidade hanseática, pelas venturas e desventuras de quatro gerações ao longo de quase meio século? ”     Feitas estas perguntas, o posfácio não avança qualquer resposta, limitando-se a sintetizar o livro. Mas estas perguntas impõem-se naturalmente.      A minha primeira resposta é a da qualidade da narrativa e da forma como ciclicamente o autor prende o leitor anunciando e antecipando rupturas ou mudanças significativa na vida dos protagonistas (“ Aproximava-se o ano de 1859 do se...