Os três mosqueteiros, Alexandre Dumas (Publicações Europa América)

    Há muito tempo que não lia romances de época e, um pouco por influência da série "Versailles", que sigo, fiquei com vontade de ler - pela primeira vez! - este clássico de Alexandre Dumas. E tenho a dizer que adorei. É frequente sentir falta dos livros de aventuras que lia na infância e adolescência. Pois bem, este romance não é para crianças e foi uma lufada de ar fresco. Gostei mesmo muito. A edição que li tem 672 páginas e eu li o livro em três semanas. Momentos houve em que o não consegui pousar mas, acima de tudo, senti-me totalmente envolvida, pela maneira como está escrito, pela densidade das personagens e elaboração da intriga, pelo humor sarcástico. É todo um conjunto de ingredientes que procuramos para nos deleitarmos com a leitura. O romance surpreendeu-me, comoveu-me e divertiu-me muito. Todos nós já ouvimos falar de d'Artagnan e dos três Mosqueteiros - Athos, Porthos e Aramis; mas muito menos do que esses terão efetivamente lido o romance que os imortalizou. Pois bem, leiam-nos! Recomendo-o vivamente.

    D'Artagnan abandona a casa dos pais, em Bearn, para ir para Paris fazer fortuna. Aconselhado pelo pai a venerar sua Majestade o Rei D. Luís XIII e o Cardeal Richelieu, o jovem de 19 anos anseia tornar-se Mosqueteiro, sem saber que, para tal, está já a preterir o Cardeal a favor do Rei, numa luta de poderes e lealdades que lhe é alheia.
    Impetuoso, começa a arranjar sarilhos ainda antes de se apresentar com uma carta de recomendação ao comandante dos Mosqueteiros, o Sr. de Tréville: primeiro com um cavalheiro em Meung que, na sequência de uma rixa, lhe surripia a carta; chegado a Paris, imediatamente após a audiência com o Sr. de Tréville, começa por chocar com Athos e marcar um duelo para o meio dia, para depois se embaraçar na capa de Porthos e marcar com este um duelo para a uma uma e, mais tarde, envergonha inadvertidamente Aramis, marcando um terceiro duelo para as duas tarde. 

    (...) d'Artagnan não era de modo algum um homem vulgar. Por isso, embora repetindo para consigo que a sua morte era inevitável, não se resignava a morrer serenamente, como outro menos corajoso e moderado do que ele faria no seu lugar. (...)
    Depois d'Artagnan possuía esse fundo inabalável de resolução que tinham depositado no seu coração os conselhos do pai (...): "Não tolerar nada a ninguém, exceto ao rei, ao cardeal e ao Sr. de Tréville.

    Claro que, logo no primeiro encontro, aparecem os três amigos: Athos para combater, Porthos e Aramis como suas testemunhas. Aparece também a guarda do Cardeal, ameaçando os combatentes com a prisão, uma vez que os duelos estavam proibidos. Mosqueteiros e Guardas batem-se então e d'Artagnan é forçado a escolher um lado, aliando-se irremediavelmente aos Mosqueteiros. A partir dessa tarde. o quatro tornam-se amigos inseparáveis nas aventuras, nas misérias, nas intrigas e nas honras.

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