O Grande Gatsby, F. Scott Fitzgerald (Abril/Controljornal)

Apesar do remake recente do filme, que até já tinha uma certa curiosidade de ver, não conhecia minimamente a história. E apesar de a personagem de Gatsby apenas aparecer no terceiro capítulo, desde logo o livro me prendeu. Está muito bem escrito, apesar de ter algumas partes confusas que, na sua maiora, atribuo à edição e tradução.
A história é narrada por Nick Carraway, que após a primeira Guerra Mundial, vai para o Leste da América, onde se instala numa casinha modesta, mesmo ao lado da Mansão de Gatsby. Gatsby dá grandes festas todos os sábados, com multidões invadindo a sua casa, convidados ou curiosos, sedentos de luxo. Quando vai visitar Daisy e Tom Buchanan, ela uma prima afastada de Carraway, conhece Jordan Baker, jogadora de golfe, que lhe diz ter ido a uma das festas de Gatsby. Umas semanas depois, Carraway é convidado para a festa do seu vizinho, onde também está Jordan, que os apresenta. Por conta de uma história de amor do passado, para a resolução da qual Gatsby quer a ajuda de Carraway, tornam-se amigos íntimos, sendo que poucos além dele conhecem a verdadeira história desta excêntrica personagem.
Se a personalidade é uma cadeia contínua de gestos bem sucedidos, então havia nele [Gatsby] algo de grandioso, qualquer sensibilidade exaltada às promessas da vida (...), um dom extraordinário para alimentar a esperança, uma prontidão romântica, como eu nunca encontrei em qualquer outra pessoa e não é provável que volte a encontrar.
Para os românticos, como eu, deliciam-se quando se apercebem de toda a engrenagem amorosa que move Gatsby e desiludem-se, depois, pela sua incapacidade de deixar o passado no passado, o que acaba por constituir a sua desgraça.
Nunca tinha lido este livro, mas conhecia bem a história. Nem sei bem quantas vezes e ou versões do filme vi, mas confirmei agora que já foi adaptado cinco vezes ao cinema. Apesar de conhecer a história, gostei muito de o ler. A forma como são descritas as personagens, como se relacionam e vão evoluindo, dá-nos um quadro mais completo - mais real - que o dado pelos filmes.
ResponderEliminarComo é que o cinema consegue transmitir os sonhos de Gatsby:
"Durante algum tempo, estes devaneios foram um escape para a sua imaginação; eram um indício satisfatório da irrealidade do real, uma promessa de que a rocha do mundo se alicerçava firmemente na asa de uma fada."
Li-o nesta edição e também pela parte que transcrevi, a tradução não me suscitou qualquer reserva.